A situação do Pará já é ruim e nossas otoridades se esforçam por piorá-la. Desta feita, foi o delegado-geral de nossa briosa Polícia Civil, Raimundo Benassuly — contra quem já paira a acusação de nunca estar presente quando estoura uma confusão (fazendo-se representar por um interino) —, quem arrebentou na gafe. Em plena audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal — casa que anda louca para algum escândalo abafar as suas mazelas próprias —, Benassuly sugeriu que menor posta numa cela com 20 homens tem debilidade mental, pois "em nenhum momento ela manifestou sua menoridade penal". Como se uma coisa tivesse a ver com a outra. Além disso, a menina alega que deu essa informação, sim, à delegada e à juíza.
Ana Júlia deu uma dura no subordinado imediatamente. Claro: ela está sofrendo graves ônus com esse acontecimento e, diante de uma declaração infeliz dessas, a coisa só tende a piorar.
Até agora, não escutamos sobre esse caso nada que nos dê algum alento. Mas que aumente a nossa vergonha, isso não falta.
5 comentários:
yudice, realmente com representantes públicos desta estirpe, o já enlodoado Estado do Pará sera motivo de comezeração e achincalhe perante a opinião pública nacional e internacionalserg.A culpa a meu ver , não é do citado Delegado Geral que denota ter pouca qualifiocação para o cargo, é sim de quem o nomeia para tão relevante cargo.
Sim, a "competência" suficiente para ocupar cargos no Pará é rapidamente desmascarada quando se ultrapassa as fronteiras do estado. Mais uma prova de que nós estamos fora do mundo...
Afinal o PT é o partido dos aloprados,portanto não temos nada a esperar a não ser uma trapalhada emendada na outra.
Coitado do Benassuly. Coitada da governadora. Mas precisamos conferir alguma solidariedadezinha com aquelas mulheres, para não perdermos o foco, certo?
Li todos os comentários mas respondo, em particular, ao Fred. Para mim, Benassuly e Ana Júlia não são coitados. Só estou evitando a síndrome de dono da verdade, de que a imprensa e a politicalha oportunista, toda, estão se regalando.
Não perdi o foco. Tenho enorme solidariedade pela vítima, daí que minha primeira manifestação sobre o assunto foi pedindo punição aos culpados. Comentários posteriores não anulam esse meu sentimento. Talvez eu esteja muito propenso a me pôr no lugar dos outros.
Compartilho uma situação que me ocorreu anos atrás.
Uma aluna me procurou para choramingar que eu a ajudasse a ser aprovada. Estava reprovada por falta e com nota baixa. Alegou milhares de razões e pediu uma segunda chance. Minha proposta era que, se ela não faltasse mais e fizesse uma segunda avaliação excelente, eu poderia rever suas faltas (coisa que não faço mais, hoje em dia). Minha intenção era que ela, finalmente, entendesse que, para merecer minha confiança e ajuda, deveria antes mostrar que estava empenhada, que tinha responsabilidade.
Infelizmente, quando ela pediu socorro, meu comentário foi: "E o que eu ganho com isso?" A garota arregalou os dois olhos, assustada. Percebi na hora a merda que tinha feito. Apressei-me em esclarecer que o que eu queria era responsabilidade e dedicação. Mas sabe lá o que ela entendeu. E, convenhamos, fui eu que me expressei mal. Ela se acalmou e fizemos um acordo. Mas e se ela tivesse fugido correndo da sala? Estavámos no NPJ, sozinhos. Nenhuma testemunha. Se ela tivesse feito uma acusação, eu provavelmente teria perdido o emprego, me queimado no mercado e quem sabe até perdido a namorada (hoje esposa).
Por isso, Fred, quando vejo uma pessoa dizer algo imensamente cretino, penso duas vezes. Por mais errado que se esteja, essas coisas acontecem. Com qualquer um.
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