Segundo o Dr. Josep María Gatell, presidente da Sociedade Clínica Europeia de AIDS (EACS), instituições como a Igreja Católica confundem a cabeça dos jovens, tornando parcial e insuficiente a educação sexual que recebem. Com isso, eles ficam mais à mercê da AIDS. Afinal, os contrassensos a respeito do uso de preservativos são perigosos, num mundo em que metade dos portadores de HIV simplesmente ignora a condição de infectados. Saiba mais.
De fato, o moralismo imposto por certos segmentos religiosos desce ao nível das utopias, em sentido pejorativo. As ordens para se manter a castidade até o casamento e a fidelidade, depois dele, não se coadunam com a vida que as pessoas efetivamente levam. Não seria, então, o caso de, sem abdicar dos preceitos morais de cada religião, pugnar por um código de conduta mais realista? De que adianta exortar os jovens a não transar, se eles ignorarão a advertência, por mais recheada de pecados que ela venha? E qual a (ir)responsabilidade de repudiar o uso de preservativos, diante dessa premissa?
Mesmo que a Idade Média se tenha encerrado há alguns séculos, as nódoas de obscurantismo tradicionalmente relacionadas a ela continuam aí.
3 comentários:
Eu discordo em quase tudo com a igreja dos homens.
Os jovens só são "fiéis" aos preceitos da igreja no não uso do preservativo e não ao preceito da castidade, no sexo só após o casamento.
Na verdade não se cuidam por irresponsabildade mesmo, nada haver com a igreja.
Mas não dá nada, eles "pecam" e depois vão a Igreja rezarem 20 pai-nossos e 80 aves-maria.
É assim com a maioria, porque não haveria de ser com eles também?
A vida preconizada pelos preceitos religiosos são completamente contrários aos do sistema. Enquanto a Igreja implora por uma espiritualidade maior, por desapego aos bens materiais, a sociedade põe a realização no trabalho, o materialismo como sinônimos de felicidade e sucesso.
É uma moral que mesmo no seu nascer já era anacrônica, ultrapassada, porém que continua vigente e implica em sanções eternas no caso do seu descumprimento. Isto soa como "adestramento" do homem, cujo "temor" à Deus é difundido.
Abraços!!!
Ana Paula, a maior irresponsabilidade é pessoal, sem dúvida. Mas para aquelas pessoas permeáveis à influência da Igreja, uma influência nociva pode potencializar as mazelas individuais. Aí o caldo entorna de vez.
O cerne de minha crítica é justamente esse, Jean: o absoluto e deliberado descompasso entre o que certas religiões pregam e a vida real. Como se espera que as pessoas permaneçam fiéis, se vendem um mundo que agride ao bom senso?
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