terça-feira, 13 de novembro de 2007

"Ela é rica e bonita"

Maria Cláudia Del'Isola (foto) era bonita, tinha uma boa família, dinheiro, cursava faculdades de Pedagogia e de Psicologia, divertia-se com amigos. Tinha uma vida adorável, o tipo de coisa que desperta inveja. E despertou. No dia 9.12.2004, a empregada da residência de Maria Cláudia, Adriana de Jesus Santos, convenceu seu namorado e também caseiro no local, Bernardino do Espírito Santo Filho, a estuprar e assassinar a moça, que então contava 19 anos.
Amarrada com fios, a vítima sofreu abusos sexuais diversos e foi morta a golpes de faca e pá, numa ação premeditada. Posteriormente, foi enterrada sob uma escada da própria casa, uma residência luxuosa do Lago Sul, em Brasília. Os dois homicidas permaneceram na casa como se nada tivesse acontecido.
Segundo se apurou depois, Adriana ficou com ciúme ao perceber que Bernardino, que já tinha histórico de violência sexual, sentia-se atraído pela jovem patroa. A inaceitação pessoal foi poderosa: ela não suportou o fato de Maria Cláudia ser "rica e bonita" enquanto ela era "pobre e feia". Além disso, havia também a motivação econômica, que os levou a forçar a vítima a fornecer a senha do cofre.
A princípio, Maria Cláudia foi dada como desaparecida. O corpo somente foi encontrado devido ao mau cheiro, já no dia 12. Bernardino se evadira para a Bahia, mas acabou preso, delatado por Adriana, que segundo a polícia confessou o delito falando "sempre com muita arrogância e muito desprezo".
Ontem, o tribunal do júri — que representa a própria comunidade afetada pelo crime convidada a participar da jurisdição, poder inerente ao Estado — decidiu condenar Adriana a 58 anos de reclusão. Foram 30 anos por homicídio qualificado, 12 anos e seis meses por estupro, pena igual por atentado violento ao pudor e mais três anos por ocultação de cadáver.
Bernardino deve ser julgado no próximo dia 10 de dezembro.
Não é brincadeira a natureza humana.

4 comentários:

Francisco Rocha Junior disse...

Dentre os crimes abjetos, acho que nenhum expõe tanto a vileza humana quanto o estupro. Não consigo imaginar algo mais terrível e nojento.
Como bem disseste, a natureza humana não é brincadeira mesmo.

Anônimo disse...

amigo iudice, realmente a mente humana quando atormentada por sentimentos nojentos como inveja e desprezo e capaz de atos destemperados. Imagine você que essa empregada poderia estar trabalhando na sua casa , na minha , na de nossas famílias, realmente quanto mais eu conheço o ser humano , mais eu gosto do cachorro lá de casa.
um abraço.
Sérgio Lopes.

Yúdice Andrade disse...

É, meus caros, as pessoas são capazes de coisas que, neste momento, nossas mentes sequer seriam capazes de engendrar. E, com efeito, refiro-me a qualquer pessoa, inclusive as que estão dentro de nossas casas, as que convivem conosco e nós mesmos. Por isso, é bom estarmos atentos aos sinais. E aceitar quando as pessoas nos apontem, em nós, os indícios estranhos.

Anônimo disse...

"Não é brincadeira a natureza humana."

Esta frase pra mim resume tudo que penso!!!

A inveja, algo inerente ao ser humano, está potencializada, mas ninguém quer ver isso, alias não há interesse em verem isso!!!

Abraços!!!