"A liberdade de decisão e a consciência interior situam o juiz dentro do mundo, em um lugar especial que o converte em um ser absoluto e incomparavelmente superior a qualquer outro ser material. A autonomia de que goza, quanto à formação de seu pensamento e de suas decisões, lhe confere, ademais, uma dignidade especialíssima. Ele é alguém em frente aos demais e em frente à natureza; é, portanto, um sujeito capaz, por si mesmo, de perceber, julgar e resolver acerca de si em relação com tudo o que o rodeia."
A autora da tese acima, que consagra a superioridade natural dos juízes sobre todos os demais seres humanos, chama-se Adriana Sette da Rocha Raposo e é, adivinhem, uma juíza. É a atual titular da Vara do Trabalho de Santa Rita, Paraíba. É boa gente, empenhada em promover a conciliação e assegurar a prestação jurisdicional com rapidez. Mas tem uma visão bastante peculiar acerca de seu lugar no mundo.
O texto acima faz parte de uma sentença, portanto é uma manifestação oficial do Estado-juiz ao cidadão jurisdicionado. A sentença foi proferida nos autos de uma reclamação trabalhista agora em setembro deste ano de N. S. Jesus Cristo de 2007.
E sabem o que é mais divertido? Nenhuma autoridade ou entidade de magistrados se manifestou oficialmente sobre a tese, que foi até considerada "normal" por outro magistrado.
É, meu amigo, definitivamente você não está no topo da cadeia alimentar!
Conheça aqui a íntegra da sentença e a tímida repercussão do caso. Precisamos dar divulgação do episódio, pois pessoas equivocadas (para dizer o mínimo) devem ser confrontadas com seus erros. Sem isso, jamais poderão refletir sobre eles e, quem sabe, mudar. Faço a minha parte.
Exma. Sra. Adriana Sette da Rocha Raposo, suas ideias não correspondem aos fatos. A senhora está errada e, com seu gesto, conduz ao menosprezo toda a magistratura. Bom seria que seus colegas repudiassem publicamente tão tortuosa convicção, mas duvido que o façam. Por comodismo ou corporativismo, mas seria especialmente grave se o fizessem por concordarem com ela. Palmas para quem fizer o contrário.
No mais, gostaria que uma questão me fosse esclarecida. Sabido que ninguém nasce magistrado — com características genéticas e psíquicas específicas, capazes de alçar o indivíduo a tão supramundana missão — e sabido ainda que as pessoas se tornam juízes após aprovação em um concurso público de provas e títulos, terão esses concursos aptidão para selecionar a elite da raça?
5 comentários:
Y�dice Andrade,
Acessei o blog por acaso e ADOREI o conte�do.
Seus artigos/ensaios s�o P E R F E I T O S: objetivos, claros, precisos e sobre temas relevantes.
N�o precisam de coment�rios.
Ent�o, sem coment�rios; s� com elogios.
Marysol, você me fez ganhar o dia com suas palavras entusiásticas. Espero merecê-las e, ainda mais, merecer novas visitas. Se possível, deixando um comentariozinho, nem que seja apenas para eu saber que você voltou. Abraços.
Caro primo!!!
Sinto-me a vontade pra responder sua questão.
Se eles são a elite da raça é razoável que eles consigam distinguir os que contém predisposição genética tal como eles. ironia: modo desligado.
Grande Abraço!!!
É isso que enfraquece a relação... Hehehehe.
Não tenho dúvidas que essa senhora não está preparada para exercer as funções da magistratura. Contudo, tenho certeza que o Vaticano já a inclui como excelente candidata para a próxima vaga para Papa. Afinal, a infalibilidade ela já possui!!!!!
Abraços,
Vlad.
A hipótese que levantas faz muito sentido, Jean.
Vlad, comentário rápido e preciso. Cirúrgico. Resta saber se o Vaticano aceitará a candidatura de uma pessoa que não está assim tão bem perante a opinião pública.
Pensando bem, o Ratzinger não era exatamente amado...
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