terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Bia & Drummond

Vem de Carlos Drummond de Andrade a inspiração de Adelina Braglia, a nossa querida Bia, para me enviar uma linda mensagem de Natal.
Obrigado, Bia!

Caro Yúdice,
com a poesia e a esperança de Drummond, desejo que seu Natal seja feliz e que 2010 seja uma multiplicação infinita de desejos realizados.
Adelina

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
Carlos Drummond de Andrade

7 comentários:

Ana Miranda disse...

Drummond, não importa quanto tempo passe, ele é sempre atual!!!
Linda poesia.

Artur Dias disse...

Yúdice, caro,
Mandei um email pra você segunda feira, mas acho que o endereço não é válido. É sobre minha participação no 2º Salão de Humor da Amazônia. Pode conferir aí?

Artur Dias disse...

Yúdice, é quase certo que este poema não seja de Drummond, como muitos outros textos de valor estético duvidoso que se encontram na internet. Consultando as Antologias, não há referência que confirme a autoria. E eu também acho que Drummond não usaria a expressão "entregar os pontos" que é muito clichê televisivo anos 90. Falar em "fatias de tempo", "limite da exaustão", "acreditar que vai ser diferente" também não me convence. Parece coisa de compositor de rock progressivo- romântico.

Anônimo disse...

Então vamos de Fernando Pessoa,
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos"
Feliz Natal.
Anna Lins

Yúdice Andrade disse...

Artur, não recebi nenhum e-mail seu.
Interessante a sua advertência quanto ao texto. Mas que achei bonito, lá isso achei.

Fernando Pessoa é o máximo, Anna. Sempre recorro a ele.

Bia disse...

Caro Yúdice,

só hoje vi o comentário do Artur sobre o texto de "valor estético duvidoso", que, infelizmente para o Artur, é mesmo do drummond..rsrsrs... As antologias da Internet é que não dão conta disto.

Quanto á expressão "entregar os pontos" que para o Artur é um cliche televisivo - o Artur deve ser novinho, há um samba maravilhoso, parceria do Chico Buarque e do Vinívius de Moraes(Desalento, de 1970!!!) que usa essa "expressão televisiva": "...vai e diz a ela que eu entrego os pontos...".


Abração, Yúdice.
Beijinho na Júlia.

Yúdice Andrade disse...

Muito obrigado pela confirmação da autoria, Bia. Com tanta informação desencontrada que nos chega, ficamos titubeantes, mesmo.
Considerando a época em que Drummond produziu sua obra e sua linguagem urbana, cotidiana, não achei que a linguagem estivesse incondizente, como afirmou o Artur. Mas tu foste precisa. Abraços.