terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Corrupção, impunidade, descrença

Da nossa enfática mineira Ana Miranda:

Concordo que "Direitos Humanos" é para todas as pessoas, infelizmente, nunca vejo as famílias das vítimas sendo amparadas pelo "pessoal" dos direitos humanos.
Por que qdo uma pessoa é assassinada por um bandido, a polícia prende esse bandido e o "pessoal" dos direitos humanos preocupa-se com o bandido, mas não vai à casa da família da vítima, principalmente qdo é um pai de família, às vezes o único a sustentar a casa???
Não estou falando só de família de policial, não. Estou falando de vítimas em geral.
E qdo o assassino não é preso e o resto da família passa a viver desesperadamente com medo?
Nunca ouvi dizer que houve alguém dos direitos humanos à casa dessa família dando apoioe nem falo de apoio financeiro, falo de apoio emocional mesmo.
E qto às atividades policiais, infelizmente grande parte da população não sabe de seus direitos, pois nos são impostos nossos deveres, sempre.
Então acho triste precisarmos que alguém precise alerta uma grande parte da população que a polícia não tem o direito de arrombar sua porta, de lhe tratar com brutalidade, de lhe revistarpor causa da cor de sua pele ou por seu "status"social.
Sei bem o que é alertar as pessoas sobre seus direitos, pois mesmo sem ser advogada, nem nada, faço parte de um Comitê que tem a preocupação de levar às pessoas que vivem em ocupações seu direito à uma moradia digna. E sei o qto eles são carentes de seus direitos.
E acho horrível que tenhamos que ir até eles levar esses conehcimentos, qdo acho que eles deveriam ter conehcimento de todos seus direitos, pois são cidadãos.
Gostaria muito que o "pessoal" dos direitos humanos lembrassem tbm das famílias das vítimas, principalmente das famílias carentes, pois els não têm dinehiro para comprar comida, fazer terapia então, está fora de cogitação, e eles precisam e muito, de apoio moral!!!
Meu desejo de um mundo melhor tem que ser para essa vida, pois não não acreedito em outras.
Não dá para esperar mais.
E se a polícia pune os pobres e libera os ricos, pois é exatamente assim que acontece, todos sabemos que cadeia é para pobre, a culpa é exclusivamente nossa que votamos nas pessoas que fazem as nossas leis.
Minha principalmente, porque mesmo morrendo de vergonha, sou obrigada a confessar que há umas 5 eleições só voto 00-confirma, ajudando a proliferar a corrupção nesse país, que na minha opinião, é a grande causadora de toda essa violência. Corrupção que gera impunidade e que gera, entre as pessoas de bem, a descrença total nessa política fajuta.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ana Miranda,
Que bom que vc é uma pessoa dedicada a lutar por causas justas, Parabéns!
Mas veja...e percebo que vc nao é ignorante, talvez mal informada, que quando vc fala que nós dos direitos humanos nao damos assistencias as vitimas de violência vc pode estar tendo uma percepção equivocada o que aqui cabe esclarecer alguns pontos, sem que esteja me defendendo, até porque acredito que nós dos direitos humanos também falhamos em nossas tentativas de construção de um mundo melhor:
1. Desde a década de 90 no Brasil se iniciou uma discussão sobre o papel das vítimas nos processos penais e diversas entidades de direitos humanos tb se engajaram nestas discussões.
2. Vítimas de racismo, vítimas de abusos sexuais, vítimas de trabalho escravo, vítimas de viol~encia doméstica, vítimas de abusos de autoridade, vítimas de homicídio, etc...
3. A partir daí algumas instituições de direitos humanos começaram a atuar nos processos penais como assistentes de acusação em nome das vítimas e de seus familiares, eu inclusive já fiz diversos júris em casos de violências entre particulares e homicidios praticados por policiais militares.
4. Algumas entidades fomentaram e apoiaram grupos de familiares de vítimas de violência, a exemplo do que ocorreu aqui no Pará com a criação no final da década de 80 do chamado GRUPO PELA VIDA e que até hoje funciona e pressiona o poder judiciário e demais órgãos a dar respostas as mortes brutais e violentas das quais seus filhos, irmãos, pais e demais familiares sofreram, inclusive violência entre particulares, e mais recentemente o MOVIDA.
5. Hoje estamos vivendo uma nova fase no atendimento as vítimas pois percebemos que o atendimento não deve ser dar apenas sob o ponto de vista jurídico, afinal a dor, o luto e a desestrutura emocional e social permanecem após o evento violento para as famílias.
6. Desde 2000 algumas entidades de direitos humanos vem executando programas de atendimentos as vítimas de crimes violentos em todo o Brasil "tentando dar" suporte psicológico, social, pedagógico e jurídico, inclusive aqui no Pará.
7. É claro que estes programas ainda possuem limites orçamentários que impedem que haja um maior atendimento a população hoje refém da violência e aí está a minha 1a crítica quanto ao tema, pois quando há projetos e programas para as vítimas não há recursos suficientes para este atendimento.
8. Por outro lado, nós, defensores de direitos humanos, e aí é uma autocrítica, não conseguimos criar estratégias de comunicação em massa para que estas políticas sejam ampliadas além de comunicar a sociedade a existência de tais programas, de maneira massificada.
9. Hoje trabalhamos com a demanda espontânea, infelizmente não temos pernas para atender todas as famílias vitimadas que diariamente sofrem (se fossemos verificar apenas pelos jornais as notícias nos dão conta de pelo menos 8 assassinatos nos finais de semana)
Portanto, Ana (minha xará) compreendo sua crítica mais não a valido, pois é errônea tal afirmação, concordando em parte contigo de que este apoio deveria ser mais ampliado e até divulgado.
Como sugestão, apenas para que vc conheça mais algumas ações de alguns de nós, defensores dos direitos humanos, pesquise no Google e digite as palavras centros e nucleos de atendimentos as vítimas de violência e verificarás minhas assertivas.
Espero ter esclarecido este ponto a Ana e aos demais frequentadores do Blog esperando mais debates sobre o tema.
abraços,
Anna Lins

Anônimo disse...

O tempo gasto com tais discussões poderia ser despendido para melhorar a educação e a cultura do país, que, ao meu ver, são os pontos principais de atenção, independente do "pessoal dos direitos humanos" ou de qualquer outra coisa.

Alexandre

Ana Miranda disse...

Cara xará, vc é mais xará da minha filha, que tbm é Anna com 2 enes.
Pois bem, como integrante de uma entidade que busca levar um pouco de alento às famílias carentes, eu sei o que vc quer dizer qto a informação à sociedade. Sofremos tbm muita incompreensão pro apoiarmos pessoas, que sem ter onde morar, ocupam áreas vazias, onde ninguém, por anos, sequer aparece para limpar o terreno. Temos que brigar com policiais, com políticos e com uma boa parte da sociedade. Nosso trabalho não se restirnge a uma moradia digna, estamos sempre envolvidos em tudo que visa a melhoria à nossa cidade.
Como disse antes, estou comparando vcs, dos direitos humanos, ao MST, onde muitos criticam, mas poucos conhecem a história.
É isso aí, é através das divergências que chegamos sempre a um lugar comum. Se todos pensássemos exatamento igual, não teríamos avançado tanto no mundo.
A-do-ro defender minhas idéias, e não tenho problemas em reconhecer qdo estou errada. Continuemos com nossas lutas!!!

Yúdice Andrade disse...

Fico muito feliz de ver que posicionamento discrepantes vão aos poucos convergindo. Mas, sobretudo, fico feliz de ver pessoas pondo a mão na massa, já que cada lado tem a sua própria atuação contra algumas mazelas sociais.