em "ascensão", segundo colega
De acordo com perfil publicado no sítio do Supremo Tribunal Federal, o mineiro Joaquim Benedito Barbosa Gomes, ministro em fase de "ascensão social" segundo sua colega Carmen Lúcia Antunes Rocha, já foi compositor gráfico do Centro Gráfico do Senado Federal. Mas depois desse modesto início de carreira, previsível para um jovem negro no Brasil dos anos 1970 (e até hoje), exerceu as seguintes funções:
— Oficial de Chancelaria do Ministério das Relações Exteriores (1976-1979), tendo servido na Embaixada do Brasil em Helsinki, Finlândia;
— Advogado do Serviço Federal de Processamento de Dados-SERPRO (1979-1984);
— Chefe da Consultoria Jurídica do Ministério da Saúde (1985-1988);
— Membro do Ministério Público Federal de 1984 a 2003 (ei, Ministra, o salário é bacana!).
Barbosa também possui uma invejável condição acadêmica. É doutor e mestre em Direito Público pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas), além de ter exercido a docência superior (está licenciado), inclusive como professor convidado nos Estados Unidos, ser um conferencista conhecido e ter obras publicadas, inclusive na França.
Como se constata, ele está muito longe de ser um simplório. Todavia, a cor de sua pele ainda o expõe a ser vítima de comentários maliciosos como o da ministra, pondo a nu o preconceito entranhado na alma do brasileiro médio, capaz de dizer que alguém é um preto de alma branca.
Se Barbosa passa por isso, imagina o cidadão negro que não tem nem o começo desse currículo todo...
5 comentários:
E vale lembrar: Fez tudo isso sem precisar das cotas, do social, dos cumpanheiro e dos sindicalista. Sem apoio algum das 'catiguria'!
E viva o dia em que "preto com alma de branco" for algo que só serve pra falar de peça de dominó!
É sintomático, ainda, que o Ministro tenha escrito um livro sobre ação afirmativa ("Ação Afirmativa & Princípio Constitucional da Igualdade", Renovar, 2001). O que é bacana é que ele, por certamente ter pago o preço de sua condição racial em um país de racistas enrustidos, resolveu enfrentar de frente o problema, dando sua contribuição ao debate sobre a discriminação.
Verdade, caro Aldrin. Acredito que o ministro inspira respeito, pelos muitos méritos que demonstrou possuir em sua vida.
Francisco, ele não escreveu esse livro à toa, certo? Imagina o quanto de história de vida não havia por trás.
Meu Deus!
Olha que essa pessoa é uma ministra, uma pessoa, presumidamente, esclarecida. Falar uma asneira dessa é no mínimo desumano, infeliz.
Esclarecida, doutora, carreira bem sucedida... Mas quem disse que esses aspectos são suficientes para arrancar os preconceitos de dentro de nós?
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