terça-feira, 7 de agosto de 2007

Ódio sem destino certo

Ildemar Cavalcante Guedes, médico de 54 anos, foi esmurrado por dois familiares de um paciente que morreu no plantão do Hospital de Clínicas Sul, em São José dos Campos, na madrugada de 4 de agosto último. E o pior: não fora ele a prestar o atendimento.
Extremamente lúcidas as ponderações feitas pelo médico:
"As pessoas estão revoltadas com o sistema. É avião caindo, é senador corrupto, é educação ruim, é falta de segurança... Tudo isso faz as pessoas guardarem uma insatisfação crescente. Quando encontram um representante do poder público, vão para cima, mesmo que seja alguém que está na mesma situação dele. Eu não tenho poder de mando, sou só um soldado raso". 
Guedes, com essas palavras, conseguiu resumir o sentimento do povo brasileiro, imerso num ódio que, de tão intenso e disseminado, já nem tem destinatário certo, o que coloca a todos nós em grande risco. Seremos nós as próximas vítimas?
Conheça mais o caso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostaria de dizer que o ocorrido não se deu por falta do atendimento do médico, até por que o mesmo estava só ajudando...
Mas as palavras desse cidadão que se diz médico, deveriam expostas em todas as noticias mostradas sobre este caso.
O Cidadão disse o seguinte...
" ...esses velhos com mais de 80 anos, só ficam dando trabalho ao invés de morrer logo, e se ficar bom e voltar aqui no hospital e melhor da um tiro na cabeça..."

É assim que esta nosso Brasil, até quem diz ajudar as pessoas a sobreviverem mais algum tempo, penssam em tirar a vida do proximo para não dar trabalho.

Eu ainda tenho que chama-lo de médico ?

Ass. Neto do Falecido

Yúdice Andrade disse...

Ao "neto do falecido":
Sua explicação muda completamente o curso dos acontecimentos. Afinal, se numa hora de aflição alguém consegue fazer um comentário tão absurdo como o que você apresentou, nada mais compreensível que alguém perca o prumo e reaja, até, com violência. Note que a reportagem não alude a qualquer conduta reprovável do médico e, louvando-me no que li, escrevi a postagem.
Não sei o que aconteceu de fato e entendo que, no calor dos acontecimentos, as pessoas não refletem com clareza. Por isso, não quero tomar partido e dizer quem está certo ou errado numa situação da qual sou apenas um resquício de observador.
Concluo, pois, sem fazer juízos de valor quanto ao caso concreto, que na hipótese de um profissional médico ser agredido em seu local de trabalho, sem motivo sabido, minhas palavras teriam total aplicação. E se houve o motivo acima, já manifestei minha compreensão.
Seja como for, receba a minha solidariedade e o desejo de que sua família esteja em paz.

PS - Como você chegou até este blog? Agradeceria se me informasse.