sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O guarani, hoje

Nesta sexta-feira, assistirei no Theatro da Paz à apresentação de O guarani, a mais famosa ópera de Carlos Gomes, e poderei tirar a limpo se, afinal, o governo Ana Júlia manteve o festival no mesmo nível dos anos anteriores, se melhorou ou se a iniciativa está na base do faz de conta. Mas falemos um pouco da obra.
Il guarany, como se chama originalmente, é uma ópera-balé em quatro atos, a terceira obra desse gênero composta por Carlos Gomes, a primeira em italiano. Foi baseada em romance homônimo de José de Alencar. O libreto costuma ser atribuído a Antonio Scalvini, mas foi terminado por Carlo d'Omerville. Sua estreia ocorreu em 19.3.1870, no Teatro Alla Scala de Milão, obtendo imediato e enorme sucesso, de público e crítica. Foi por isso encenada nas principais capitais europeias e rendeu a Carlos Gomes o título de Cavaleiro da Ordem da Coroa de Itália, conferido pelo Rei Vittorio Emanuele, além de um comentário entusiasmado de Giuseppe Verdi, que o chamou de "vero genio musicale".
Trata-se de uma obra famosíssima mesmo entre os brasileiros desinteressados por música erudita, já que sua protofonia (sequência musical de abertura) ressoa nos ouvidos do povo há anos e anos, como tema do programa radiofônico A voz do Brasil, herança da ditadura que ninguém escuta, mas todos conhecem.
Para os frequentadores do nosso Theatro do Paz, é ainda mais conhecida, pois essa protofonia é também usada pelo próprio teatro, como fundo de sua mensagem de etiqueta. Já assisti a concertos em que ela foi executada e é emocionante.
A montagem que veremos hoje envolve uma equipe de produção em torno de 200 pessoas.
Amanhã conto para vocês como foi a experiência.

3 comentários:

Anônimo disse...

Yúdice,já assistí, ontem.
A orquestra, o coral, os cantores, o tema musical, o corpo de baile, o cenário, os vídeos e o teatro estão fabulosos!
Achei que a explosão do arsenal colonial brasileiro, no encerramento da ópera, foi maior que a do WTC de NY, e serviu para mostrar que nem em explosões os irmãos do norte nos superam!

Carlos Barretto  disse...

Estarei lá também, Yúdice.
Se encontrar vc, vou dar sinal de vida.
Mais uma vez.
Abs

Yúdice Andrade disse...

É, anônimo, também me chamou a atenção que a explosão não terminava nunca. Acho que a opção de usar uma projeção foi uma saída cênica razoável. Não ficou feio. Espero que tenhas gostado.

Infelizmente não nos encontramos, Barretto. Eu nem sabia que já tinhas retornado de terras mineiras. O abraço pessoal fica para uma próxima vez.