sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Te abicora!

No pequeno Município paulista de São Sebastião, foram instaladas 20 câmeras para vigiar a movimentação das ruas. Em dois pontos da cidade, foram instalados autofalantes. De uma sala de controle na prefeitura, agentes acompanham o vai e vem e, se alguém incorre em má conduta, é advertido publicamente. Motoristas, ciclistas, pedestres — todos estão sujeitos a levar um pito. Tem gente reclamando que o já apelidado "tagarela" é somente mais um fator de poluição sonora. Todavia, parece previsível que as pessoas se irritem por serem advertidas, ainda mais de modo tão escandaloso.
Questiono o meio (autofalante). Acho que a abordagem de agentes públicos seria mais interessante. Mas eu aprovo em gênero, número e grau a medida que, por sinal, defendi dia desses numa conversa com um amigo. Numa terra como Belém, em que as pessoas se orgulham de ser antissociais e se ofendem drasticamente se alguém lhes chama à razão, considero o constrangimento público uma alternativa viável.
Lembram-se que a Regina Casé teve um quadro, no Fantástico, em que chamava a atenção das pessoas por condutas nocivas, tais como trafegar pelo acostamento? Muitos aceitavam a crítica, admitiam a culpa e corrigiam o problema. Muitos outros se ofendiam, mas quem está errado merece mesmo passar por isso e não tem o menor direito de reclamar.
Eu sonho com isso. Já pensou? O agente se aproxima do motorista e diz, para todo mundo escutar: "O senhor está estacionado em fila dupla, prejudicando o trânsito. Ligar o pisca-alerta não lhe dá o direito de estacionar aí." Ou então o cara grita do outro lado da rua: "Ei, senhora, por favor recolha esse papel que acabou de jogar no chão!"
A técnica valeria na iniciativa privada, também. Na fila do cinema: "O cavalheiro de camisa listrada aí. É, você mesmo. Por favor, não dê dinheiro para o seu colega comprar ingresso. Você chegou agora e tem um monte de gente aqui na fila!" No restaurante: "Aqui é um espaço fechado e estamos comendo. Apague o seu cigarro!!"
Só se vive bem num mundo em que as pessoas são civilizadas. E se não são por bem...

5 comentários:

Anônimo disse...

Este pefeito é a pior coisa que poderiamos ter, é um enganador, farsante.
Lembras que falastes sobre o novo revestimento asfáltico na Gov. José Malcher, como falei na época não servia para o que ele estava fazendo e ainda por cima muito mal aplicado, depois resolveu gastar o nosso dinheirinho recapeando novamente o mesmo trecho, que por sinal ainda continua muito mal feito, pois não tem acabamento.Serviço bem feito foi o executado para comparar, ao mesmo tempo na BR em Castanhal, por uma firma com competência para tal.
A empresa que fez o serviço para PMB é a empresa que alguns tempos atrás, a Record denunciou como sendo uma empresa irregular, inclusive como responsável um acessor direto do Prefeito, depois o Dudu ofereceu uma mesada de 60.000,00 para a televisão e as notícias minguaram, mais a firma continua de vento em poupa, trabalhando agora abertamente, tendo em vista que antes os serviços executados por ela eram pagos através de outras firmas com contrato com a PMB, inclusive com pagamento do contrato de lixo, que triplicou de valor em 2 anos, porém não houve verdadeiramente um aumento de quantidade significativo.
A drenagem e asfalto que ele está alardeando em propaganda caríssima na televisão, são paleativos, pois no que diz respeito a drenagem, o resultado da micro-drenagem será apenas de transferir de lugar os alagamentos, coitada da população que está a jusante desta obras.
Agora o farsante diz que vai a Washington assinar o contrato da macro-drenagem da Estrada Nova, acho que é pura purpurina, pois os projetos ainda estão inacabados, se houver alguma coisa contratada será uma pequena área, que inclusive é a menos problemática, só para enganar os bobos.

morenocris disse...

Oi Yúdice, ontem lembrei-me de você ao assistir a edição do jornal da Band Nacional.
Em Brasília, 115 pais de família foram presos por falta do pagamento de pensão alimentícia. Foram liberados 47, após cumprimento da ação. "Pais inadimplentes".
O policial declarava na entrevista: "são pessoas que não são perigosas".
Caramba...deixar filho com fome, heimmm?...existe perigo maior?

Beijos.

Yúdice Andrade disse...

Anônimo, o comentário acabou na postagem errada, certo? Mas tudo bem. Só recomendo que procure comprovar essas alegações, para evitar problemas a si mesmo.

Cris, minha querida, relegar um filho à própria sorte é uma ignomínia que minha família conhece bem de perto. Se com todo o aparato familiar muitos jovens, hoje, descambam para o lado negro, imagina se eles tiverem crescido sem orientação e bons exemplos e, o que é pior, com motivos para revolta. Lúcidas palavras.

Anônimo disse...

"Numa terra como Belém, em que as pessoas se orgulham de ser anti-sociais e se ofendem drasticamente se alguém lhes chama à razão" Foi uma descrição da mais fiéis das pessoas daqui, só faltou você acrescentar a nunca ausente expressão - mesmo nas atitudes mais criticáveis - o , infelizmente, "vai te f....., p....!!!"

Você acha que é um problema cultural ou só de IDH?

Yúdice Andrade disse...

Caro anônimo, lamentavelmente é verdade: quanto mais errado o sujeito, mais virulenta é sua reação quando alguém o aborda. A meu ver, o problema é mais cultural, mesmo. As pessoas mais pobres tendem a ser mais bem educadas. Quando fazem algo errado, são mais permeáveis a mudar de atitude. Pelo menos, eu acho.