terça-feira, 28 de agosto de 2007

Revisitando o primeiro ano — 4ª parte

No dia 24.11.2006, publiquei Eu, em pontos polêmicos. Àquela altura, o blog tinha menos de três meses de existência e, como diz o Val-André Mutran, meia dúzia de leitores. Esses seis ficaram calados e, confesso, isso me frustrou um pouco. Afinal, se você expõe a sua alma, espera conhecer a opinião alheia. Uma amiga até mencionou que faria um comentário, mas acabou não fazendo. Então, eis aí, novamente, em linhas curtas e grossas, sem quaisquer explicações adicionais, minhas opiniões.

1. Abortamento de fetos anencefálicos: sim
2. Pesquisas com células-tronco embrionárias e clonagem humana para fins terapêuticos: sim
3. Pena de morte, redução da maioridade penal e endurecimento da legislação penal: não
4. Efetiva laicização do Estado, com a supressão de quaisquer práticas ou símbolos religiosos em órgãos públicos: sim
5. Posse ou porte de arma de fogo pelo cidadão comum: não
6. Fim do "voto obrigatório": dependendo de convencimento
7. Controle externo do Judiciário: sim
8. Divisão do Pará: não
9. Comercialização de transgênicos: dependendo de convencimento
10. Quotas raciais em universidades e concursos públicos: não
11. Reconhecimento pleno das uniões homoafetivas: sim
12. Financiamento público de campanhas eleitorais: sim

5 comentários:

Anônimo disse...

Olá primo, aqui vai o meu 'Eu, em pontos polêmicos' com pequenos cometários!!!

1. Abortamento de fetos anencefálicos: dependendo de convecimento (Eu já li sobre estudos que demonstram que o trauma psicológico a longo prazo pode ser maior se a mãe abortar do que se tiver o filho, mesmo sabendo que ele não sobreviverá. Logo ainda não tenho uma opinião contundente formada)

2. Pesquisas com células-tronco embrionárias e clonagem humana para fins terapêuticos: sim

3. Pena de morte, redução da maioridade penal e endurecimento da legislação penal: não

4. Efetiva laicização do Estado, com a supressão de quaisquer práticas ou símbolos religiosos em órgãos públicos: sim

5. Posse ou porte de arma de fogo pelo cidadão comum: não

6. Fim do "voto obrigatório": sim

7. Controle externo do Judiciário: dependendo de convecimento

8. Divisão do Pará: não

9. Comercialização de transgênicos: dependendo de convencimento

10. Quotas raciais em universidades e concursos públicos: sim (por enquanto)

11. Reconhecimento pleno das uniões homoafetivas: sim

12. Financiamento público de campanhas eleitorais: dependendo de convecimento


Um grande abraço!!!

Anônimo disse...

Yúdice,

eu acrescentaria: crimes de colarinho branco como crime hediondo, lesa magestade, contra o país e o equilíbrio social. Inafiançável e com julgamento prioritário.

Yúdice Andrade disse...

Grande Jean, confirmamos assim as nossas muitas afinidades. Um abraço.

Anônimo disse...

Yúdice, a maioria das tuas opiniões sobre os assuntos tratados vão ao encontro das minhas.
Acho somente (lá vem o chato do 'ombudsman'...) que poderias explicar melhor duas coisas.
A primeira: como podes afirmar contrariedade à divisão do Pará, se em outros posts já afirmaste não ter ainda pensamento formado sobre o assunto?
Segundo: a opinião a respeito do fim do voto obrigatório depende de que fatores, ou que argumentos?
Abraços e bom dia.

Yúdice Andrade disse...

Anônimo, os crimes contra a Administração Pública na minha opinião são gravíssimos. Para eles, defendo penas severas e uma especial previsão de aumento da pena quando cometidos por agentes de segurança pública, notadamente juízes e membros do Ministério Público. Deduzo que compartilhamos opiniões.

Francisco, a proposta foi um "sim" ou "não" seco, exatamente porque a ausência de maiores explicações pode render uma boa discussão. Assim, já que me questionas, esclareço:
1. Sempre fui contrário à divisão do Pará, pelo motivo principal de que seria muito onerosa aos cofres públicos (mesmo que alheios) e, honestamente, não acredito que produza os efeitos de desenvolvimento esperados. Para as novas capitais, obviamente sim, por isso o movimento é mais forte em Santarém e Marabá. Mas duvido que Jacareacanga ou Brejo Grande do Araguaia melhorem 1% que seja por causa da proximidade com uma capital. Haveria apenas uma mudança de explorador. Também acredito que há muito carreirismo político em jogo.
Por tudo isso, se é para responder secamente, era e continua sendo não. Todavia, há tantos argumentos relevantes a pedir atenção, vindos de fontes sérias, que me sinto no dever de parar para ponderá-los. Isso, contudo, não modifica o meu não, até segunda ordem.
2. Em primeiro lugar, obrigatório é o comparecimento à seção eleitoral e não o voto, por isso escrevi entre aspas. Como idéia geral, sou contra essa obrigatoriedade. Acho correto o sistema de certos países, onde os políticos devem primeiro seduzir os eleitores a votar e, ainda, a votar neles. Acredito que isso exija maior qualidade dos candidatos. Todavia, isso exige, com certeza, maior qualidade do eleitorado e o Brasil não está pronto para isso. Se liberassem, o povo todo ia fugir para a praia ou ficar em casa mamando na cervejinha, sem sequer lembrar da eleição. Nesse caso, o sistema poderia ruir por falta de legitimidade. Se alguém fosse eleito, representaria que percentual da população?
Em suma, a tomada de posição depende de um convencimento de que a medida não seria muito pior para o país, já que o brasileiro é bom de reclamação, mas péssimo de ação.
Espero ter esclarecido.