quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Sindicato da piada

A C&A Modas LTDA. adquiriu e está reformando o prédio onde funcionou o Central Hotel, na Presidente Vargas. A obra deu confusão e chegou a ser embargada, porque o prédio está tombado pelo patrimônio histórico. Em poucos dias, declarou-se que a empresa havia cumprido todas as exigências legais e podia prosseguir com os trabalhos. Assim declarou inclusive o Ministério Público, por meio de sua Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (meu dileto Benedito Wilson de Sá).
A piada do dia fica por conta do sindicato dos ambulantes que usurparam a nós, cidadãos, o direito de caminhar pelas calçadas daquela importante avenida. Eles querem 100 mil reais por cada um dos 54 ambulantes cadastrados na área, como indenização pela retirada dos mesmos, uma compreensível exigência dos novos proprietários à prefeitura. Estamos falando de R$ 5,4 milhões de reais.
Entenderam? O camelô, que ocupa indevidamente a calçada, para deixá-la quer receber 100 mil reais. Seja da loja, seja da prefeitura (neste caso, o nosso dinheirinho). Não é engraçado? Eu, p. ex., enquanto escrevo estas palavras, tremo o corpo todo de tanta risada.
A proposta é tão boa que sugiro seja aplicada para todos os camelôs da cidade. É a nossa oportunidade de voltarmos a respirar um pouco nos logradouros outrora públicos. E se mais camelôs aparecerem, eu pago, pode deixar que eu pago. Aliás, quero começar agora. Alguém pode me dizer onde deposito minha contribuição?

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu tremo o corpo de tanta raiva, pois um procurador já falou que deverá haver um acordo, talvez não no valor pedido, mais negociar e encontrar um denominador comum.
Este país não tem mais jeito.

Yúdice Andrade disse...

Olá, Ana Paula. Sempre um prazer te encontrar por aqui.
De fato, qualquer acordo que seja feito é revoltante. Não há que acordar nada. Há, sim, que se procurar alternativas de renda para essas pessoas, porque esse também é o papel do governo. Mas sem se colocar numa postura de refém. Do contrário, o resultado será um só: amanhã, milhares de pessoas fincarão seus lotes no chão da cidade, já anunciando seu preço para sair dali.
E eu não quero essa conta no meu bolso.