sábado, 5 de dezembro de 2009

No ar

Já havia acontecido antes, mas nunca como hoje. Estou aqui, sentado a minha mesa de trabalho, em casa, e um cheiro de madeira molhada me invade as narinas. E eu detesto cheiro de madeira molhada!
Naturalmente, não me refiro ao cheiro das árvores vivas, quando passeamos pelo meio da mata, coisa que sempre adorei fazer, principalmente se for numa manhã amena e a vegetação ainda estiver orvalhada. Odeio o cheiro da madeira derrubada, efervescendo de bactérias, principalmente quando já começou a ser beneficiada termo por sinal curioso, pois a meu ver a árvore sofreu um malefício e tanto. Cheiro de tábuas estocadas. É repugnante. Tudo indica que há um comércio de madeira aqui pelas redondezas. Não creio que seja uma serraria, porque felizmente nunca escutei barulho de serras, mas ao menos uma estância.
Pergunto-me se alguém consegue tolerar esse futum. E me recordo de quando fui estagiário da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente: o mau cheiro exalado por serrarias e afins era uma das reclamações mais comuns.
Pelo visto, vou dar um passeio pelo entorno e descobrir onde fica essa droga para, depois, começar a peregrinação cidadã pelos órgãos públicos que deveriam zelar pelos nossos interesses e que darão ao caso a atenção que vocês já podem prever.
Tristes trópicos, não é assim?

2 comentários:

Ana Miranda disse...

Quem paga mais?
Defensores do meio ambiente ou as grandes madereiras???
Então...

Yúdice Andrade disse...

O pior é que muitos desses estabelecimentos são pequenos e seus donos, ferrados. Se bobear, os vizinhos incomodados podem ter condições financeiras e influência social bem melhores. Mesmo assim, a coisa não anda. É a ineficiência do serviço público, falta de zelo e de senso de dever.