quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A última

Passava das duas horas da madrugada quando fui dormir. O motivo, previsível, correção de provas. Turma grande, vários detalhes a ponderar na correção, a necessidade de decodificar certos textos misteriosos e de lidar com a criatividade dos meninos.
Mas corrigir é apenas uma parte da tarefa. Depois vem a totalização dos pontos e a parte mais difícil não no sentido de desgaste físico ou mental, mas das exigências morais que provoca: decidir, à luz dos trabalhos feitos pelos alunos ao longo do semestre e, eventualmente, da frequência (uma homenagem aos alunos 100%, aqueles que não faltaram a uma aula sequer), quem pode ser aprovado e quem terá que se submeter à etapa final. Ou quem não terá sequer esta oportunidade.
Naturalmente, para isso existem critérios predeterminados, que foram expostos aos alunos no início do semestre. Não se pode atribuir nota pela cara dos discentes, em que pese algumas serem lindas. A pontuação extraordinária depende de trabalhos escritos ou orais, estes últimos realizados durante alguma aula na qual seja realizada atividade especial, quando faço os meus apontamentos, registros que podem ser exibidos aos interessados. Esta é a forma de dar maior objetividade e transparência à avaliação, que oferece o terrível desafio de ser necessariamente subjetiva, mas não poder ser justificada subjetivamente.
Resta o cansaço, num dia terrivelmente cheio.
À frente, mais provas para elaborar, aplicar e corrigir. Felizmente, em menor quantidade, agora. Pena que não tão menor quanto eu gostaria...

6 comentários:

Anônimo disse...

Yudice, por que vc não faz como fazia o saudoso Lauande, dar EXCELENTE pra todo mundo? Prova não avalia ninguém...

Anônimo disse...

Admiro sua dedicação, caro Yúdice!

Alexandre

Yúdice Andrade disse...

Simplesmente porque não acredito nesse método, das 10h50.

Às vezes, Alexandre, isso nem é dedicação, mas apenas o cumprimento de rotinas. De um jeito ou de outro, sempre é exaustivo. Obrigado.

Ana Miranda disse...

Deve dar uma vontade de lembrar da cara de cada aluno e fazer assim: Esse é fraquinho, mas é interessado; passou. Esse é um saco; ficou.
Brincadeirinha...

Felipe disse...

Hoje mesmo fui fazer minha matricula na Faculdade, e coincidentemente encontrei esse blog no google enquanto pesquisava pelo prédio do curso de direito, hehehe.

Parabéns pelo site professor, ano que vem estarei aí.

Yúdice Andrade disse...

Eu faço as minhas malinagens, Ana. Ao meu estilo. É o que chamo de "meu jeito estúpido de amar".

Muito obrigado pelas palavras e pelo interesse, Felipe. Parabéns por sua aprovação. Quando começaram as aulas em fevereiro, apresente-se. Mas aula de Penal só a partir do segundo semestre letivo. Um abraço e volte sempre.