sábado, 26 de maio de 2007

Araceli — o caso


No dia 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Crespo, então com 8 anos de idade, foi drogada, espancada, estuprada, assassinada e teve seu corpo desfigurado. O cadáver, abandonado num matagal, ficou por 3 anos no Instituto Médico-Legal de Vitória, capital do Espírito Santo.
O crime bárbaro chocou a sociedade brasileira. A principal referência para pesquisa é o livro escrito pelo jornalista José Louzeiro (Araceli, meu amor), que decidiu investigar o caso ao perceber a leniência das autoridades. O livro chegou a ser censurado, por ser "altamente imoral" e seu autor foi processado duas vezes mas, felizmente, sem sofrer condenações.
De acordo com as investigações de Louzeiro, a mãe da menina, a colombiana Lola, teria assinado uma permissão para que ela deixasse a aula mais cedo. O motivo seria levar um envelope contendo drogas a um grupo de viciados do qual faziam parte Paulo Constanteen Helal e Dante Brito Michelin, conhecidos pela tara que tinham por crianças. Segundo o livro, é possível que os agressores não quisessem matar a menina. Contudo, por estarem excessivamente drogados, perderam o controle: "Eles morderam e tiraram pedaços da vagina, da barriga e dos peitos da menina. Depois jogaram ácido no corpo para dificultar sua identificação."
Louzeiro se sente à vontade para publicar suas conclusões porque os dois acusados descartaram o corpo da vítima sem maiores segredos. Confiavam na impunidade, já que eram filhos de duas das famílias mais ricas e influentes daquele Estado. E acertaram. Os dois chegaram a ser condenados em 1980, mas o julgamento foi anulado. Repetido em 1991, acabaram absolvidos. Não é demais deduzir que, àquela altura, as provas — principalmente as testemunhais — não eram mais confiáveis. Ainda segundo Louzeiro, outras três pessoas também foram mortas, pois eram testemunhas ou tinham interesse em elucidar o caso.
O caso se tornou um símbolo da violência contra crianças. E um ícone da impunidade.
Saiba mais aqui.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não se sabe como esses caras estão hoje?

Yúdice Andrade disse...

Segundo um dos sítios que consultei para escrever a postagem, estão muito bem, obrigado, vivendo como senhores respeitáveis.
É "a força da grana que ergue e destrói coisas belas".