segunda-feira, 7 de maio de 2007

Desgraça

Do Repórter Diário de hoje:

Para quem reclama que o Pará só aparece na mídia nacional quando se trata de desgraça, ontem mordeu a língua. Faustão, em seu Domingão na Globo, deu 45 minutos a Joelma e Chimbinha, da Calypso.

Ou seja, a afirmação rechaçada se confirma como verdadeira. Mais 45 minutos de desgraça para o Pará, em cadeia nacional.

13 comentários:

Anônimo disse...

Ninguém merece essa dupla professor.

Unknown disse...

hahahahahahahaha.

Já ia complementar o texto com algo do gênero, mas "Ou seja, a afirmação rechaçada se confirma como verdadeira. Mais 45 minutos de desgraça para o Pará, em cadeia nacional." veio a calhar.

Frederico Guerreiro disse...

E por acaso isso não foi uma desgraça?

Anônimo disse...

Yúdice, bom dia e saudades.
Olhe, já ri tanto, que você não faz nem idéia...eu até imaginei você falando isso...

um beijo

Unknown disse...

Post cirúrgico, professor....ahahaha.

Yúdice Andrade disse...

Pelo visto, até agora ninguém apareceu para defender os "embaixadores do Pará pelo mundo afora". Infelizmente, há pessoas que realmente acreditam, defendem e se aborrecem se negam que essa duplinha mais prejudica do que melhora nossa já combalidade imagem paraense.

Anônimo disse...

Na boa, professor o cara que escreveu isso tava tentando ser irônico, certo?
hahahaahah

Anônimo disse...

Eu não gosto da Banda Calypso, mas dizer que eles prejudicam a imagem do Pará é carregar demais no preconceito, professor. Basta ver qualquer, mas qualquer mesmo, show da banda em qualquer ponto do Brasil: é gente saindo pelo ladrão, eles têm um público impressionante, que pouquíssimos artistas brasileiros ou estrangeiros conseguem. Então apenas tratá-los como lixo é tratar a grande maioria do povo brasileiro como lixo. Eu não gosto, e sei que isso é por ter, sim, uma estética elitista. Agora, tratar aquilo que a gente não gosta como estrume é cair em erros exemplares. Por exemplo: a grande Chiquinha Gonzaga era execrada pela "boa sociedade"!

Yúdice Andrade disse...

Caro anônimo que me chamou de professor, alvíssaras. Como você mesmo se chamou de elitista, não tecerei comentários acerca de a Banda Calyxo ter ou não méritos. E eu realmente acho que colocá-la na condição de porta-voz de nosso Estado prejudica a nossa imagem, sim, como prejudica a imagem da Bahia ser associada ao maldito axé e a do Ceará, essa mania de acharem que todo cearense é engraçado.
Se a Calyxo fosse apresentada em conjunto com outros artistas, eu não diria nada. Nos mercados do entretenimento e da música, há espaço para tudo, creio. O que me revolta é parecer que só existem eles, que a "música" no Pará se resume a essa porcaria e à igualmente porcaria do tecnobrega, quando na verdade temos por aqui maravilhosos poetas-cantores, desconhecidos, ignorados e sem patrocínio. Nazaré Pereira só faz sucesso na França, há décadas com a mesma música. Aqui em Belém, na rua seria confundida com uma vendedora de ervas do Ver-o-Peso. Iva Rothe também foi para a Europa e eu duvido que alguém saiba de quem se trata, se perguntarmos ao grande público. Isso sem falar na centenária e bem sucedida cultura de música erudita, que seduziu até Carlos Gomes. Não, nada disso é lembrado. Só existe a Calyxo. E por qual razão? Porque vende.
E assim chegamos ao outro ponto da questão, a que considero a mais importante de seu comentário: essa crença ingênua e irrefletida, desculpe, de que se eles têm milhares de fãs, então têm valor. Você escreveu: “é gente saindo pelo ladrão, eles têm um público impressionante, que pouquíssimos artistas brasileiros ou estrangeiros conseguem”. Daí você deduz que merecem respeito? Discordo. Há péssimos exemplos de lixo em nossas artes e esportes que também têm um séquito interminável.
No Brasil, Pelé é rei. E que majestade ele tem? Repudiar a filha ilegítima até na hora em que ela morreu!
Xuxa é rainha. E ensinou o que a nossas crianças? A se vestir e se pintar de vagabunda.
Por isso, meu caro anônimo ou cara anônima, definitivamente, excesso de público não é garantia de que o sujeito mereça existir. Precisamos urgentemente parar com esse discurso. Bush também foi reeleito, se é que me entende.
Pode não parecer, mas minha irresignação é só 50% preconceito. De resto, acho que tenho motivos.

Anônimo disse...

Caro professor, concordo plenamente com o senhor quanto à qualidade de outros artistas do Pará, alguns dos quais nem nem o senhor conhecemos, perdidos por essas brenhas, mas discordo totalmente com a comparação da Banda Calypso com a Xuxa e com Bush. Ambos foram produzidos por máquinas poderosíssimas, no primeiro caso a mídia, no segundo a espetacular máquina política dos EUA ( e até, na primeira eleição, por uma descarada fraude avaliada pela Suprema Corte). Os bregas paraenses saíram das ruas, das aparelhagens, dos treme-terra, do gosto autêntico do povão. Foi isso que fez o mercado perceber o potencial econômico deles, mas eles já eram sucesso e foram espalhando esse sucesso pelo Norte e pelo Nordeste até ganharem o
País.
Quanto ao Pelé, até ligado a bandidos noruegueses ele está, mas, por favor, o homem foi um gênio nos gramados, encantou o mundo inteiro, e por isso, se como ser humano ele deixa muito a desejar, como atleta é até hoje um ícone!

Yúdice Andrade disse...

Caro anônimo (você realmente não gostaria de se identificar? Não dói nada e tiraria a minha desvantagem de não saber com quem falo, pois você sabe), dizer que eles já faziam sucesso antes é certeza sua, pessoal, ou você está repetindo algo que viu... na mesma imprensa que hoje os endeusa?! Sinceramente, acredito que precisamos encarar com muita cautela até essa informação. Eles até podiam lotar uma Pororoca da vida, mas realmente faziam sucesso além da esquina? E realmente acho que você dá importância demais aos números que essa turma eventualmente manipula.
Você realmente acha que eles são um sucesso nascido no povão e pronto? Que a imagem atual também não foi construída pela mídia, a partir de um bom empresário? Fala sério. Eles foram construídos, sim, e nem têm méritos para isso.
Finalmente - e aqui certamente chegaremos ao máximo de nossa discordância -, Pelé para mim não é ninguém porque, como não aprecio futebol, nenhum jogador vale mais do que um centavo, na minha opinião. E vou insistir: ele encantou o mundo, realmente? Tem certeza? Ou você viu isso na TV do Brasil, a terra do futebol? Há provas de que ele seja tão adorado assim fora daqui, que não venham desses locutores esportivos sofríveis que temos?
Pode ser que ele seja mesmo esse ícone todo, fora do Brasil. Realmente não sei. Mas tenho minhas dúvidas. Gostaria de fontes estrangeiras, em vez dos nossos noticiários ufanistas esquizofrênicos.
Enfim, não é verdade a crença de nossos antepassados de que quem não tem competência não se estabelece. Eles se estabelecem, sim. Só precisam de um repórter por perto.

Anônimo disse...

Duas coisas, caro professor: a Banda Calypso nem aparecia na "imprensa diabólica" e já rea sucesso, isso não é fruto de leitura de jornais, é fruto de caminhadas pelas ruas barulhentas de Belém e de convívio com as chamadas "classes populares". A imagem de Pelé no exterior não é fruto de leitura da "imprensa ufanista", é constatação de muitas viagens ao exterior e de ouvir a célebre trilogia sobre o Brasil: "Café, carnaval, Pelé", sendo que, sobre o último sempre havia lembranças de sua participação em jogos mundo afora.
A polêmica encerra aqui, porque não estou tentando defender a Joelma e o Ximbinha, de quem, como já disse, não gosto como artistas, nem do Pelé, cujo exemplo de vida deixa tudo a desejar. Eu só tentava diminuir a demonização de determinados ídolos populares.

Yúdice Andrade disse...

Meu caro ainda e para sempre anônimo, realmente acho bom terminarmos o debate, já que o convencimento é reciprocamente inviável. Faremos um opinião: cada um com a sua e a amizade continua. Afinal, depois do slogan "café, carnaval e Pelé", só tenho a dizer que só presta o café. E olha que eu quase não tomo.
Então ficamos por aqui. Mas valeu o bate papo. Espero que nos entendamos melhor em relação a outro tema. Abraço.