sábado, 5 de maio de 2007

É de verdade?

Um mistério consome o meu ser já há muito tempo. Acompanhe o meu raciocínio: à exceção das churrascarias, que vendem diversos tipos de carne, os restaurantes em geral servem carne vermelha identificada como filé. Hoje em dia, até as lanchonetes aderiram à moda e colocam em seus cardápios filé, ao lado do bom e velho hambúrguer.
A impressão que me dá é a de que, se somarmos todos os restaurantes da cidade, a quantidade de filé consumida implicaria em que o boi fosse 95% constituído desse corte, quando na verdade sabemos que ele corresponde a uma diminuta fração do animal.
Em suma, a questão que me tira o sono e me impede de ser plenamente feliz é: todo esse filé consumido em Belém vem de onde exatamente?
Alguém que entenda do riscado poderia tirar essa minha dúvida e restituir a minha paz?

8 comentários:

Anônimo disse...

Yúdice, esqueça a carne vermelha!
Se vc pensar em filé de frango, pode ir tranquilo, ele deve ser metade do galeto;
Se vc imaginar o filé de peixe, vá mais tranquilo ainda, ele deve ser oitenta por cento da carne do pescado.
Já o filé de boi, como vc mesmo demonstrou é cem por cento...

Frederico Guerreiro disse...

Yúdice, reflita, mestre. Isso só acontece nos restaurantes e lanchonetes aí do centro. É uma falsa impressão. Por exemplo: aqui na "Maramba" o domínio é do "churrasquinho de miau". Sendo assim, por aqui a sensação é a de que não deveria mais haver gatos charlando pelos telhados, meus cachorros não teriam mais com quem "brincar" de esticar e massagear. Mas não é o que acontece. Tanto os consumidores da iguaria felina quanto os caninos estão sempre saciados, o equilíbrio ecológico está sempre mantido.

Frederico Guerreiro disse...

A propósito, não podemos comer "churrasquinho de miau" aqui em casa. Na primeira dentada nossos cães iriam querer nos morder (um pastor que amola os dentes no concreto e um fila com tétano nos dentes).Seria perigoso demais.

Unknown disse...

bem creio que esse "problema"(hehehe) diminui ao passo que raciocinamos da seguinte maneira:
O filé é um corte nobre, por assim o ser é mais caro que os demais, por mais que vários restaurantes em Belém disponham do mesmo em seu cardápio, o preço do mesmo é mais elevado, inibindo a compra por parte de boa parte da clientela.
Mesmo sendo um dos únicos cortes de restaurantes como o Xícara da Silva, temos que levar em conta que o público que acessa esses estabelecimentos não deve chegar nem a 20% da população de Belém. E os outros 80%(pejorativamente falando: o resto) comem o que? Bem, infelizmente, filé não é. O "Restorante do Zé" dificilmente apresentará filé em seu cardápio, e se apresentar, ficará um tanto encalhado.

Ou é isso, ou então, trata-se de alguma teoria do caos tal como a da carne de minhoca da Mc Donald's. Prefiro acreditar na primeira parte.
abraços de um aluno aliviado após receber a nota, professor.

Val-André Mutran  disse...

90% das fazendas do Sul do Pará, meu caro.

Yúdice Andrade disse...

Caro anônimo, sou louco por peixe. Poderia comer todo dia, por muito tempo, antes de enjoar. Mas uma carne vermelhinha tem o seu valor, certo?
Fred, tenho uma sensação íntima de que o filé do centro da cidade é do mesmo gênero do consumido na nossa briosa Maramba, de onde por sinal escrevo estas mal traçadas linhas. Daí a minha intranqüilidade. A propósito, antigamente havia mais gatos andando pelo Médici, não achas?
Carlos Thiago, a tua teoria é interessante, mas ainda estou inclinado à outra. Folgo em saber que a nota te contentou.
Val-André, já saquei tudo: se 90% da carne consumida em Belém vem do sul do Pará, isso explica porque desejas a emancipação do Carajás. És proprietário de gado de corte e estás de olho nas vendas interestaduais. Acertei? Brincadeiras à parte, quando vieres a Belém podemos marcar para comer um filezinho. De peixe.

Anônimo disse...

Antigamente eu diria que tendo chegado ao topo da cadeia alimentar, comer algo que não carne vermelha seria a negação do processo evolutivo - algo que o Bento XVI não sabe o que é, ou finge não saber, para manter suas teorias estapafúrdias! - mas hoje, mais maduro e mais saudável, jamais abriria mão de um molho vermelho de berinjela e ricota por picanha. Claro que dirás que não poder digeri-la devidamente motiva meu comentário, mas não é assim de todo.
Além do mais, como disse alguém aí sobre preços e demanda e poder aquisitivo, vegetais e frutas são bem mais baratos e devidamente preparados, uma delícia.
Durma "tronquilo"! Enquanto houver mamão verde, haverá filé. Aos quilos!!!

Yúdice Andrade disse...

Sem dúvida, querido irmão. Legumes e vegetais são muito totosos. Folgo em saber que estás numa boa com eles.