quarta-feira, 2 de maio de 2007

Garças e borboletas

Os detestáveis tucanos, principalmente aquele, devem estar se revirando em seus túmulos. Desde ontem, o Mangal das Garças tem seus "espaços monitorados" franqueados ao público todas as terças-feiras. Ou seja, a bela porém controversa obra pública finalmente atingirá os seus reais destinatários: o povo. Os tucanos devem estar espumando de ódio.
Levando amigos que visitavam a cidade, deparei-me com a novidade. E aprovei. Essa será a única oportunidade para milhares de pessoas de conhecer o espaço. Sem a gratuidade, a maior parcela da população jamais veria as borboletas, o aningal e o portentoso farol, que só não serve para as funções inerentes a um farol. Minhas homenagens a quem tomou tal decisão.
Também considero auspicioso adiantar o início do expediente para as sete da manhã, permitindo às pessoas fazer caminhadas matinais. Com isso, o Mangal fica com menos cara de elefante branco e assume maior utilidade aos belenenses. É de se lamentar, contudo, que isso implique no fechamento também antecipado, às 17 horas. O fechamento às 18 horas já era um problema, pois impedia muitas pessoas de fazer uma visitação. A explicação bisonha era o "horário de recolhimento dos animais". Duvido. A explicação verdadeira era simplesmente o fechamento da bilheteria, para liberação dos funcionários.
Então sejamos práticos: as pessoas trabalham, os turistas não têm hora certa e em qualquer cidade com vocação turística há uma tendência à ampliação dos horários de funcionamento dos pontos turísticos. Afinal, no mundo em que vivemos, expedientes tradicionais em estabelecimentos a que as pessoas acorrem, normalmente, em seu tempo livre já está virando algo tão tolo quanto um restaurante que fechasse na hora do almoço.
Melhoramos. Mas ainda temos muito a aprender.

7 comentários:

Frederico Guerreiro disse...

É verdade. Melhoramos.

Yúdice Andrade disse...

Da outra vez que debatemos sobre termos melhorado, discordamos. Será que agora obtivemos um consenso, finalmente? Será que estamos falando da mesma coisa?

Unknown disse...

Caro,

Nosso Landi, Paulo Chaves, deve estar dando piti até agora. Lembro que sendo entrevistado pelo Liberal este senhor teve a audácia de pedir a população não ir ao ato de inauguração.

Abs

Yúdice Andrade disse...

Caro Marky, o motivo declarado foi para evitar excesso de pessoas no espaço, o que inviabilizaria o evento. Na prática, contudo, isso significava que somente os convidados mereciam estar ali. O povo, fora. Afinal, quem eram os convidados? Havia algum representante da sociedade civil organizada? De moradores do entorno? De instituições ambientalistas ou científicas? Claro que não. Eram apenas os mesmos comensais de sempre, supostamente ricos e famosos, acostumados a mamar nas tetas públicas.

Val-André Mutran  disse...

Você tem razão em algumas ponderações, mas Belém está em outra Galáxia sob o ponto de vista turístico.
A situação é séria.

Val-André Mutran  disse...

Estive aí em janeiro, de férias e fiquei horrorizado com o estado de abandono de quase tudo por onde passei. A Cidade Nova, nem se fala. É a terra do lixo a céu aberto.
O antendimento na Estação das Docas está sofrível.
Só não me decepcionei com meu velho Avenida. Esse sim, sempre impecável.
E aquela iluminação verde na Nazaré. Cruz, credo! Que maldade meu Deus.
Falta muito professor...muito.

Yúdice Andrade disse...

Val-André, tua afirmação sobre estarmos em outra galáxia é absolutamente verdadeira, o que muito me infelicita. Aqui tudo falta, inclusive iniciativa no empresariado e boa vontade no atendimento ao público. Faltam até espaços onde possamos estar livres do cigarro alheio!
Endosso tudo o que disseste, inclusive quanto ao Avenida. É um restaurante antigo, fora de circuito, mas com uma comida maravilhosa e garçons tão antigos quanto a casa, atenciosos e simpáticos. Gosto muito de lá. O filé de peixe pode ser lá.