segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A 25 de Setembro atualmente

Em 29 de março último, perguntei Cadê as obras da 25? Mais de um ano após a decisão judicial que obrigou a prefeitura de Belém a intervir no traçado daquela via, a pergunta continua extremamente oportuna. Afinal, o cenário que se tem por lá é de desolação, como se uma obra houvesse sido iniciada e, depois, abandonada. Na verdade, jamais houve projeto para o logradouro, limitando-se a intervenção a servir de cala a boca para o Judiciário e o Ministério Público, sem o menor respeito pelos interesses dos munícipes, notadamente pelos moradores da 25.
A atuação da prefeitura se limitou a garantir um traçado retilíneo para as duas pistas. As vias centrais se tornaram retornos, tendo sido construídas umas calçadas ordinárias para definir os novos sentidos do tráfego, embora elas não impeçam manobras proibidas. Em alguns cruzamentos foram instalados semáforos, absolutamente indispensáveis. Mas não houve preocupação em consertar calçadas, tapar buracos, recapear o asfalto ou disciplinar o uso dos canteiros centrais, que continuam servindo de estacionamento, de lava-jato a céu aberto e, principalmente, de lixão. O que mais faz falta é uma sinalização decente. O aspecto da rua à noite é desagradável.
As imagens que se seguem foram feitas há dois dias.
Fazendo o trajeto no sentido São Brás-Dr. Freitas, tirei a primeira fotografia logo após a Antônio Baena. No perímetro, muito lixo. A desculpa, com certeza na ponta da língua, é que no trecho atuam sub-feirantes, chamemos assim, pessoas que não dispõem de espaço na feira contígua. Se o lixão fosse apenas lá, talvez a desculpa colasse. Contudo, basta prosseguir o trajeto para encontrar a realidade.

Adiante, na esquina com a Humaitá, mais lixo e bastante água empossada. Com as chuvas de hoje, p. ex., a situação certamente piorou. Vale lembrar que água empossada tem tudo a ver com dengue e compete ao Executivo municipal, por meio de sua Secretaria de Saúde, o combate a essa doença, que faz tantas vítimas nesta época. Minha esposa, por sinal, foi infectada. Ainda não fez a sorologia, mas as características clínicas são patognomônicas para a moléstia após uma semana de febre, longas manchas vermelhas pelo corpo e coceira.
Note que o lixo se acumula numa quadra poliesportiva em ruínas. Um espaço que poderia ser recuperado, em benefício da comunidade, com pouco investimento financeiro. Resta saber se a prefeitura se interessará em, ao menos, maquiar a esquina para agradar o grande supermercado que, em breve, inaugurará um magazine naquele endereço.



Por fim, considerando uma ponderação feita pelo Lafayette Nunes, do Artigo 5º, registrei uma preciosidade que, talvez, só exista aqui em Belém: rotatórias onde a preferência de passagem não é do condutor que trafega pela rotatória! Eis aí as placas que não me deixam mentir, de ambos os lados.

Estas fotos foram tiradas na confluência com a Timbó, mas o mesmo fenômeno se repete em três outras esquinas, sendo que apenas uma delas não possui a sinalização vertical aqui retratada.
Forçoso reconhecer que nem tudo é lixão na 25. A avenida foi escolhida para sediar uma das raríssimas intervenções úteis da prefeitura, a recentemente inaugurada primeira academia a céu aberto da cidade. Os equipamentos estão lá, novos, sob a vigilância de guardas municipais. Muito oportuno. Não faltou, é claro, um totem para ser visto à distância, enganando os desavisados sobre a capacidade de trabalho de uma administração que, nos últimos cinco anos, reduziu Belém a uma situação humilhante.

3 comentários:

Ana Miranda disse...

Fiquei olhando esse verde, um lugar tão lindo, tão bom de correr por aí, como pode deixarem chegar a esse ponto???

Yúdice Andrade disse...

Você ficaria estarrecido se conhecesse os demais pontos de horror da cidade, Ana.

Unknown disse...

Acho que há um equivoco no comentário sobre rotatória sinalizada, pois na realidade essa ilha de cimento na forma circular (nem tudo que é circular significa ser uma rotatória e nem toda rotatória é circular, há outras formas de rotatória. De acordo com o Manual de Projetos de Interseções do DENIT, alguns dicionários, e várias outros livros, revistas e sites/blogs especializados, essa ilha da foto não é uma rotatória.