segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Acessórios vivos

Em cada portão do aeroporto internacional de Belém, continuam ostensivas as placas informando ser proibida a entrada de animais. A despeito disso, não há uma só ocasião em que eu vá ao aeroporto e não me depare com cachorros. Para se ter uma noção, estive lá duas vezes na última sexta-feira: de madrugada e de manhã. Retornei ontem (domingo) à noite. Dias diferentes, horários diferentes. Mas os cachorros estavam lá, como das outras vezes.
Em comum, o fato de que eles sempre estão a tiracolo de mulheres. Estas são sempre jovens, em geral adolescentes. E os animais são sempre desses cachorrinhos de madame que, a despeito de minha adoração por cães, não gozam muito da minha simpatia. Ah, sim, jamais vi um funcionário pedir a retirada do animal. A dobradinha cara-de-pau de uns com omissão de outros só poderia dar em abuso.
Gostaria de entender a necessidade que certas moçoilas têm de andar com cachorros pendurados, como se fossem acessórios. Mas eles não são brincos, pulseiras ou celulares. São criaturas vivas, que merecem respeito. Circular com eles por ambientes onde não são permitidos, além de inconveniente quanto aos demais humanos, é inconveniente para o próprio bicho. Não está de acordo com a chamada posse responsável.
Também é curiosa a relação entre esse comportamento abusivo e a posse de poodles, yorkshires e outras raças, digamos, fofinhas.
Enfim, não fui eu quem inventou a proibição. Mas ela existe e, sendo razoável, como de fato é, deveria ser respeitada. Uma vaia para os transgressores e outra, maior ainda, para a INFRAERO. Ou INFRAÉGUA. No Shopping (até segunda ordem) Iguatemi, é permitido o trânsito de animais, exceto na praça de alimentação. Adoro o meu cachorro, mas nunca o levei lá, porque em minha cabeça é evidente que shoppings e aeroportos não são lugares para cães (exceto se forem receber atendimento, no primeiro caso, ou viajar, no segundo, e neste caso devidamente engaiolados).
Só me faltava agora eu ir ao aeroporto, sentar por ali e de repente ser lambido por um poodle. Ou aguentar latidos. Ou pisar em cocô. Lamentável.

5 comentários:

Ivan Daniel disse...

Há alguns anos entramos no aeroporto carregando nossa cadela fofinha, não prestamos atenção na placa de proibição no portão, e depois de algum tempo lá, sentados ao lado das escadas rolantes, um funcionário andando em direção às escadas assobiou pra gente olhar pra ele, e, fazendo sinal negativo com o dedo e com "cara de mau", disse que não era permitido. Perguntei onde está o aviso de proibição mas ele não me deu ouvidos, nem olhou pra mim, e continuou a subir. Na saída do aeroporto visualizamos a placa de proibição. Nunca mais a levamos conosco, a não ser devidamente engaiolada para viagem.

Anônimo disse...

Cachorro também é gente!

Yúdice Andrade disse...

Vocês são do bem, Ivan. Entenderam que havia uam regra a ser observada. Parabéns. Aos demais, cabe a crítica quanto à "cara de pau".

Sim, anônimo. Um ser humano como outro qualquer. Sabemos disso desde 1991, graças ao inesquecível Antônio Rogério Magri.

Anônimo disse...

Poxa, yuyu....

Não fala mal de poodle...nem de york... nem de maltês.... tenho 4 aqui em casa (uma Poodle - Ranna, 8 anos; um York - Kaká, 3 anos; 2
Malteses - Linda 3 anos e Nina 2 anos). Qualquer dia convido vc e a poly pra passar uma tarde alegre aqui em casa... ahahahahah...!
Adoro meus bichinhos, são educados e não latem (a não ser quando toca a campainha), mas não os levo para esses lugares. Lugar de cachorro não é em shopping, nem em aeroporto.
Se bem que no Iguatemi tem a desculpa de ter um pet lá!

Beijinhossssssssssssssssssss

Yúdice Andrade disse...

Não falei mal, não, Juliana. Só não simpatizo muito. Mas isto significa que eu não criaria animais dessas raças, sem ter nada contra quem o faz. Aliás, conheci os teus pimpolhos na porta do pet, lembras? Realmente, não latiram.
Quanto ao Iguatemi, o pet fica na Alameda São Pedro. Não deveria dar motivo para que os animais transitassem por todo o shopping.
Beijo.