A revista de turismo da
Folha Online elaborou uma lista das melhores praias brasileiras. O Pará foi incluído. Mas esqueça a agitadíssima Salinópolis com suas areias ridiculamente dominadas por carros, poluição sonora e babaquice. O que vale a visita é a Ilha do Marajó. Veja
aqui.
6 comentários:
Yúdice, não sei se você conhece pessoalmente a Ilha do Marajó. Já estive lá e garanto: não é esse "paraíso maravilhoso" que pintam, não. Falta muita coisa pra transformar o lugar em destino turístico de padrão internacional. A viagem é péssima, feita em barcos velhos. Chegando lá (no Camará) o cenário é desolador: um "porto" que mais parece cenário de filme de guerra. Reze para conseguir transporte até Salvaterra. Talvez um ônibus superlotado, caindo aos pedaços. No caminho, uma ponte de madeira bem ao estilo "balança e quase cai" (balança mesmo!).
Chegando em Salvaterra, uma pousada imunda, sem forro nos quartos e sem ar-condicionado, sai por bem mais de 50 paus a diária. Na praia de Salvaterra não entram carros, mas você quase não consegue caminhar porque, em vez de areia, é cheio de pedras pelo chão. Horrível!
Ainda falta o Marajó receber MUITOS, MUITOS, MUITOS benefícios em infraestrutura turística e urbanística, caro amigo.
Eu continuo preferindo Salinas. Mas também longe dos carros, da poluição sonora e das babaquices dos patys e boys de plantão.
Paul McCartney Anônimo
Que bom que beleza natural nada tem a ver com infraestrutura. Eles (da Folha) são mais espertos que nós. Já não mais confundem alhos com bugalhos.
Frederico,
Um mínimo de conforto se faz necessário para que possamos apreciar a beleza natural de um lugar. Veja você, nem pode aproveitar o bucolismo da Marambaia por causa do desconforto provocado pela constante falta de água.
É por aí a coisa.
Um abraço!
Paul McCartney Anônimo
Yúdice,
Concordo com o Beatle anônimo e discordo do Fred: beleza natural, somente, não atrai turismo. Como já superamos a teoria do bom selvagem, infraestrutura é necessária. Se não, de nada adianta termos beleza natural, se não teremos turismo e, consequentemente, oportunidades de melhoria de vida a oferecer aos nativos e habitantes da ilha.
Acho que eles, da Folha, não atentaram para isso. E por isso, mais uma vez fazendo coro a Sir Paul, ainda prefiro Salinas, onde não há somente poluição sonora e babaquice - que, aliás, também já vi e ouvi no Marajó.
Abraço.
Poluição sonora e bad boys existem em salinas no marajo e em qualquer lugar onde haja mulher fácil, cerveja e Loura Burra. Realmente , Salinas é bem mais aprazivel e estruturada que o Marajó.É dificil você querer transformar a bela ilha em polo turistico com a falta de acomodação que vai desde o deslocamento até o arquipelago e passa por hoteis sem estrelas e locais sem a minima estrutura para receber bem. Ademais , carro na prais existe aqui , em Natal, em Recife sem falar em locais fora do Brasil.
Abraço.
Sergio Lopes.
Para ser bem honesto, Paul, não conheço a Ilha do Marajó. É um passeio que há muito tempo desejo fazer. Cheguei mesmo a alinhavar, há algum tempo, mas gelei por causa da travessia. Sim, eu tenho medo de barcos e afins. Já melhorei muito, mas ainda tenho medo.
O cenário que descreves tem sido objeto de freqüentes apontamentos, pelas mais variadas pessoas. A começar pelo Juvêncio de Arruda, "entusiasta" da travessia.
Percebe-se, Fred, que a Folha fez uma matéria bastante pontual: ela não tratou da Ilha do Marajó em si, limitando-se a apresentar um roteiro. Quem quiser ir, deve se informar melhor. A seleção, por isso mesmo, leva em conta belezas naturais, sem maiores questionamentos sobre infraestrutura. Tanto é que as matérias mais longas se referem aos destinos mais badalados, como as praias cearenses. Nota-se, portanto, que a diferença começa daí: até o que se diz sobre nós é pouco.
Francisco, com certeza absoluta somente as belezas naturais nada fazem pelo turismo. O Pará é prova contundente disso. Mas, como disse acima, creio que realmente não foi o foco da matéria.
Verdade, Sérgio. Só não podemos ignorar que, dado o perfil principal do público de Salinas, há uma incidência bem mais antiga e intensa dessas práticas predatórias lá, do que em outros lugares. Não à toa Mosqueiro era (ou ainda é, sei lá) chamada de "Bucólica". Era o contraponto entre uma paz que já não existe com o frenesi instalado na Atlântica.
A todos: minha opinião sobre a indispensabilidade de boa infraestrutura para que exista turismo de verdade em um local já foi defendida mais de uma vez aqui no blog, como se pode constatar clicando nas postagens classificadas sob o marcador "turismo".
Tiro por mim. Adoro recantos intocados, trilhas, mato, isolamento. Contudo, quero me sentir seguro para chegar e sair, quero ter acesso a um médico em caso de necessidade, quero poder comprar alimentos (mesmo que triviais), quero usar um sanitário correto e não um buraco no quintal e assim por diante. Ou seja, um mínimo de infraestrutura é mesmo indispensável.
Esta constatação, contudo, não muda o fato de que este ou aquele lugar pode ser inscrito entre aqueles que você precisa conhecer antes de desencarnar.
Postar um comentário