quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Não cole grau!

Desde que foram criados, nos anos 1990, os exames de verificação dos cursos superiores do Ministério da Educação  primeiro, "Provão"; depois, Exame Nacional de Curso (ENC); agora Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE)  são objeto de viva polêmica. Um dos aspectos mais controversos é colocar a participação na prova como requisito para a colação de grau, o que seria uma exigência completamente estranha à formação acadêmica (o aluno não pode ser penalizado por um procedimento criado para avaliar a instituição, não ele mesmo).
A polêmica se acirrou quando a participação no ENADE passou a ser feita por amostragem. Somente os alunos sorteados   é o caso de dizer azarados  precisam fazer a prova e sofrem o risco de não colar grau em caso de ausência injustificada. Trata-se de quebra da isonomia, segundo comumente se alega.
Baseando-se nisso e em argumentos formais, um concluinte do curso de Engenharia Química da Universidade Federal de Minas Gerais impetrou mandado de segurança contra a decisão do Ministério da Educação, que lhe vedou a colação de grau. Infelizmente para ele, até o presente momento só houve reveses. O presidente do Superior Tribunal de Justiça acabou de lhe negar uma liminar.
A guerra não acabou. O MS ainda será julgado... algum dia. Mas enquanto isso, nada de título de engenheiro. E a vida vai ficando empatada.

2 comentários:

Anônimo disse...

Tive a "sorte" de ser escolhida para fazer a bendita prova. O pior é que os resultados não condizem integralmente com a realidade dos cursos pq muitos dos "escolhidos" fazem a prova sem qualquer comprometimento (eu fui uma).Somente esperei o tempo mínimo para sair e fui curtir o resto do meu domingo. Não concordo com o estilo de prova e nem com a questão de ser impedida de colar grau se não comparecer.

bjuuuu

Yúdice Andrade disse...

O problema, minha querida Juliana, é a armadilha criada pelo MEC para as universidades: cerca de 70% da análise do ENADE recai sobre as provas dos alunos. Ou seja, mesmo que a IES ofereça um curso de primeiro mundo, se os seus alunos resolverem fazer corpo mole, a nota final será baixa e a instituição sofrerá intervenção, com várias conseqüências graves: 1) redução da oferta de vagas; 2) suspensão do vestibular para o curso; 3) cancelamento do reconhecimento.
Se algo assim ocorrer, será o caos, inclusive para os alunos. Deixar de fazer a prova do ENADE, para o aluno, é um tiro no pé. Uma péssima escolha, em que todos, sem execeção, saem perdendo.
Outro dia escreverei sobre isto.