Será o casamento da Sandy nulo?

O título desta postagem segue a prática cotidiana da imprensa brasileira: redigir a manchete de modo a prender de imediato a atenção do leitor, convidando-o a ler a notícia. E a atenção do leitor médio brasileiro se prende mais facilmente quando a manchete trata de alguma bobagem, p. ex. a vida das tais celebridades, vocábulo que atualmente possui um sentido particularizado.
Apesar de eu ter lançado mão desse expediente menor, isso não signifique que eu os atraí assim para falar de outra coisa. Pelo contrário, o foco realmente é o casamento da Sandy, embora o advogado público Thiago Antônio Sumeira não mencione o seu nome. Sabemos que é a ela que se refere ao mencionar "cantora moça" e certos detalhes.
Em artigo publicado agora em dezembro no Jus Navigandi, Sumeira faz uma análise sobre a natureza pública do casamento, como ato formal e solene que é, a reclamar por isso uma forma específica, determinada em lei. A violação dessas formalidades — p. ex. através do fechamento das portas do local onde se realiza a solenidade, já que a lei exige que qualquer pessoa do povo tenha acesso a ele para formular, se for o caso, eventual impugnação — acarreta nulidade absoluta. Mesmo tratando o tema de forma genérica, a conclusão a que podemos chegar lendo o artigo é de que, na visão do autor, o casamento de Sandy e Lucas Lima é nulo. Já pensou?
Você pode ler o artigo, por sinal pequeno e objetivo, clicando aqui. Mas ressalto que, provavelmente, ele só será interessante para os estudiosos do Direito. É um texto acessível, mas quem não pertence ao nosso mundinho jurídico provavelmente não verá a menor graça e, principalmente, poderá achar tudo uma grande besteira. Não é, a bem da verdade, em que pese eu não concordar integralmente com as ideias de Sumeira. Acredito que ele dá excessivo valor à forma, enquanto eu sou pelo conteúdo. Todavia, as ponderações que faz são oportunas e devem, sim, ser levadas em conta na hora de se celebrar um casamento, principalmente no fatigante mundo das celebridades.
Se você está interessado em alguma fofoca ou piada, não leia o artigo. A própria linguagem dele, algo floreada e latinizada, como gostam os tradicionalistas do Direito, não lhe agradará. Passe numa banca e compre a revista em que Sandy, na capa, diz que o casamento é a prova cabal de que a pessoa cresceu. Ela está enganada. Conheço gente casada mais infantil do que a minha filha.