quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Me engana que eu gosto

A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, dise hoje (29) durante apresentação no Fórum Social Mundial que “ainda” não é candidata à Presidência da República, mas que o Brasil está preparado para ter uma mulher no comando do país. Dilma foi recebida por um coro de mais de 500 pessoas que gritavam: “Brasil urgente, Dilma presidente” e disse que ficou “comovida” com a manifestação.
Da redação do Diário do Pará

Fala muito sério: será que ainda existe alguém que acredite na espontaneidade desse tipo de manifestação? Vamos aos clichês:
1. Rousseff declara que "ainda não é candidata". Sei. Aquelas plásticas todas foram pura vaidade feminina, que por sinal ela nunca teve até agora.
2. A claque  digo, a plateia  a recebe com um bordãozinho rimado.
3. Ela agradece "comovida", dando a entender que sua candidatura é um anseio nascido no coração do povo, ao qual ela oportunamente se entregará, qual uma mártir.
No dia de hoje, até considero a hipótese de votar nessa senhora, mas esses joguinhos do tipo vamos-apelar-porque-o-eleitor-é-otário-mesmo me enojam. Compreendo que haja boas razões para o presidenciável retardar o anúncio formal da candidatura, principalmente quando é de situação. Mas não aceito que todos sejamos tratados como idiotas, para ao final tudo acontecer do jeitinho que já foi antecipado anos antes pelos analistas políticos, pela imprensa e até pelos opositores.
Um país onde uma técnica cretina dessas funciona não pode mesmo avançar.

3 comentários:

Frederico Guerreiro disse...

Yúdice, essa tua postagem foi de uma empatia absoluta. Ia até colocar no blog, mas ficou só no rascunho.
Também ouvi o que ela disse. Será que eu conseguiria conter o riso se estivesse cara a cara com ela? Ela é sensacional. Aprendeu com o mestre Lula.

Francisco Rocha Junior disse...

Fred, desculpe-me: Dilma não tem nem 10% do carisma que Lula tem. Força moral, talvez tenha até mais; carisma, não. Gostando ou não dele, este é um fato inatacável.
O que vemos, com a candidatura de Dilma, é mais um daqueles joguetes de poder. É a tentativa de construir um candidato que possa circular livremente entre as diversas facções internas do PT, para garantir a elegibilidade do candidato do partido em 2010. Com isso, tome botox, claque, manifestações "espontâneas". É o custo da manutenção do poder.
Vamos ver como a história acontecerá, daqui para 2010.

Yúdice Andrade disse...

Combinamos na indignação, Fred, mas devo dizer que a avaliação do Francisco está correta, no que tange a carisma e "força moral".
No mais, pelo visto, estamos todos no aguardo dos acontecimentos que se desenrolarão.