terça-feira, 28 de outubro de 2008

Cidade vazia

Precisei sair ontem à tarde. Com a cabeça voltada para assuntos específicos, demorei a reparar que a cidade estava incomumente tranquila — quase como se fosse, outra vez, a velha Belém em que cresci, com menos carros na rua, menos medo de assalto e até a temperatura menor.
A certa altura, comecei a prestar atenção nas lojas fechadas. Levei algum tempo para me dar conta de que estava em pleno dia do comerciário, aquele dia quase inacreditável em que até as Lojas Yamada fecham!!! Surreal.
Eu podia ter contornado o centro comercial, mas fiz questão de passar por dentro dele, por aquelas ruas estreitas por onde, em dias normais, é extremamente difícil passar a pé. Ontem, fiz o trajeto de carro, aproveitando a trepidação dos antigos paralelepípedos. Tudo em silêncio e — pasme! — limpo! Parecia que eu sonhava com uma Belém que não existe mais.
De repente, comecei a gostar do dia do comerciário. Espero que no próximo ano eu também tenha condições de passear pelo comércio vazio das ruas estreitas e prédios seculares, para os quais praticamente ninguém olha mais.
Só ficaram faltando as fotos.

PS — Por falar em fotos, o pessoal da Fotoativa aproveitou para fazer alguns registros nas cercanias de sua sede, ali na Praça das Mercês. Acho que até os ladrões feriaram ontem.

2 comentários:

Anônimo disse...

A JUSTIÇA DO TRABALHO TAMBÉM ESTÁ VAZIA.
Vejam o que saiu no blog Espaço Aberto.

Afastamento de mais 30 juízes incomoda advogados
Desde ontem, nada menos que 36 juízes do Trabalho do Pará encontram-se em Niterói (RJ), participando do XI Encontro da Associação dos Magistrados Trabalhistas da Oitava Região, que se encerra nesta sexta, 31. Participam sem ônus para o TRT da 8ª Região.
Foram autorizados a se deslocar a Niterói os seguintes magistrados: Alessandra Maria Pereira Cruz, Amanda Cristhian Miléo Gomes Mendonça, Ana Paula Barroso Sobreira, Anelise Haase de Miranda, Ângela Maria Maués, Antonio Oldemar Coêlho dos Santos, Bianca Libonati Galúcio, Camila Afonso de Nóvoa Cavalcanti, Carlos Abner de Oliveira Rodrigues Filho, Cassandra Marly Jucá Flexa, Cézar Alberto Martini Toledo, Daniel Gonçalves de Melo, Dennis Jorge Vieira Jennings, Eduardo Ezon Nunes dos Santos Ferraz, Érika Vasconcelos de Lima Dacier Lobato, Fábio Melo Feijão, Fernando de Jesus de Castro Lobato Júnior, Flávia Joseana Kuroda, Gabriel Napoleão Velloso Filho, Ginna Isabel Rodrigues Vera, Giovanna Corrêa Morgado Dourado, Igor Cardoso Garcia, Jáder Rabelo de Souza, Karla Martins Frota, Maria Edilene de Oliveira Franco, Maria Valquiria Norat Coelho, Meise Oliveira Vera, Ney Stany Morais Maranhão, Núbia Soraya da Silva Guedes, Odaise Cristina Picanço Benjamim Martins, Pedro Tourinho Tupinambá, Rafaela Queiroz de Sá e Benevides, Rodrigo da Costa Clazer, Raimundo Itamar Lemos Fernandes Júnior, Saulo Marinho Mota e Wellington Moacir Borges de Paula.
Advogados – vários - estão irresignados. Reconhecem que é direito dos magistrados participarem de evento de classe como o da Amatra. Mas ponderam que deveriam ser estabelecidos limites, porque há processos – e muitos – pendentes de julgamento.
Registre-se que a resolução autorizando o afastamento dos 36 magistrados não foi aprovada à unanimidade no plenário do TRT. Contra ela se opuseram os desembargadores José Edílsimo Eliziário Bentes, José Maria Quadros de Alencar e Suzy Elizabeth Cavalcante Koury.

http://blogdoespacoaberto.blogspot.com/2008/10/afastamento-de-mais-30-juzes-incomoda.html

Yúdice Andrade disse...

Meu caro amigo obcecado pela Justiça do Trabalho, mesmo reconhecendo que o afastamento de tantos juízes simultaneamente gere um embaraço para a rotina dos trabalhos, devo dizer que a resolução que autorizou o afastamento, como você mesmo informa, não foi aprovada por unanimidade mas foi aprovada, o que é mais do que suficiente. Afinal, o regimento interno da corte permite deliberações por maioria. Simples assim. E se as insurgências foram apenas três, foi muito pouco se considerarmos o total, não?
Pelo menos há um ponto decente nessa história toda: sem ônus para o TRT. Fosse em outros lugares, como bem sabemos, estaríamos nós, contribuintes, pagando a fatura.
Espero que o evento traga bons frutos e não seja apenas lazer disfarçado.