sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Justificando a rejeição

Texto modificado em 25.10.2008:

Em um serviço de utilidade pública, o papa dos blogueiros paraenses, Juvêncio Arruda, que atualmente faz curso de mestrado em Ciência Política, publicou em seu 5ª Emenda três textos altamente relevantes, na atual conjuntura, escritos por mestrandos em Ciência Política. O primeiro, sobre voto em branco; o segundo sobre voto nulo; e o terceiro fazendo um cotejo entre o voto nulo e o válido.
Do segundo extraio o seguinte excerto:

Sem anarquismo ou esquerdismo, defendo a idéia de que o voto nulo é um ato consciente do eleitor que obrigado a participar de um pleito procura maximizar os ganhos e reduzir os custos. No caso do voto nulo a maximização dos ganhos seria não votar num governante que não atenderia suas demandas e da grande maioria da população.
A redução dos custos seria não carregar em sua consciência moral o fado de ter contribuído com seu voto a eleger um governante que não considerou os valores éticos e morais que devem fazer parte do mundo político.

Após a leitura, está cristalino para mim como o voto nulo é, a despeito das tantas críticas que venho recebendo, uma opção legítima e digna num sistema que se pretende democrático. Voto nulo que não presta é o irrefletido, tanto quanto não presta a escolha irrefletida de um candidato.
O que devemos combater é o tal "voto útil", do eleitor politicamente analfabeto, que vota no sujeito que ele acredita que vencerá o pleito, para não "perder o voto". Isso é irracional. Mas o voto nulo não. Ele é uma escolha, para muito além de um simples protesto, como se apenas eu estivesse com raivinha. Muito longe disso. É que, simplesmente, não dá para compactuar com nada. E mal menor não existe mais.
No domingo, vamos todos à praia. Por favor, só voltem na segunda-feira. Ou, se puderem, na terça.

4 comentários:

Frederico Guerreiro disse...

Meu caro amigo, nestas eleições, é melhor fazer valer o voto secreto e guardar nossas intenções para a eternidade. Não digamos em quem vamos votar ou se vamos anular o voto, porque, em todo caso, revelaremos o peso de nossa consciência moral por termos contribuído com alguma coisa ou com o nada.

Francisco Rocha Junior disse...

Yúdice,
Seguirei teu conselho à risca: abster-me-ei nas areias do Atalaia ou do Farol Velho - onde tiver menos eleitores.

Yúdice Andrade disse...

Discordo, Fred. Uma vez que minha opção por votar em alguém ou em ninguém seja consciente, como penso ser, não vejo problema algum em responder por ela a qualquer tempo. Se o futuro me cobrar pela escolha feita, terei que assumi-la. Inclusive assumir que tenha errado, o que também faz parte. Só que, neste caso, não acredito que um dia eu vá me arrepender.

Muito bom, Francisco. A legislação eleitoral só nos obriga a justificar, sem interessar o motivo. Então uma praia maravilhosa para ti.

Unknown disse...

Tá certo, professor!
Sem mais delongas.
Abs