terça-feira, 7 de outubro de 2008

Enquete sobre o voto nulo

Tenho afirmado que nestas eleições farei a minha estreia no mundo do voto nulo, mas a minha consciência tem dificuldade em assimilar isso. Além do mais, tenho visto algumas manifestações bastante sensatas em sentido contrário. Então lanço a enquete que você pode ver aí ao lado, perguntando a sua opinião.
Coloquei apenas duas alternativas, uma a favor, outra contrária, para evitar a pulverização do raciocínio. Quem achar que deve, pode usar a caixa de comentários para emitir alguma opinião.
Agradeço se merecer a sua participação. Defini uma semana de prazo para a votação. Um abraço democrático.

11 comentários:

Frederico Guerreiro disse...

Fiz a minha dificílima escolha em tua enquete sobre o voto nulo (como sendo uma escolha tão válida), maneira de não se responsabilizar que me vem sendo tentada pelo satanás eleitoral, mas que não expressa nada de válido em nossa democracia só de voto. Minha consciência também não consegue assimilar em dar as costas à participação política, exercício de cidadania conquistado a duras penas ao longo de nossa história. Estamos no mesmo dilema, Yúdice. Arre!

Anônimo disse...

O voto facultativo melhoraria a qualidade das eleições. Isso é matemático:

- A grande maioria vota porque é obrigatório;

- A grande maioria é responsável pelos (maus) políticos que estão no poder;

Logo, se a grande maioria não votasse, restariam somente os votos dos que realmente fazem uso do voto consciente.

Os candidatos teriam que fazer muito mais para nos convencer de suas capacitações do que distribuir santinhos e cestas básicas para o povão.

Teríamos uma política completamente diferente. Penso que o voto nulo, ao legitimar a insatisfação do eleitor com as péssimas opções oferecidas, pode abrir caminho para que o voto facultativo seja colocado em debate.

Aliás, nunca na história deste país o tema do voto facultativo mereceu o devido destaque. Por que será?

Anônimo disse...

Só mais uma coisa: acho difícil que o Dudu ganhe o 2º turno. Quem não votou nele no 1º, não votará no 2º.

PRIANTE será o prefeito de Belém.

Com ele ou com Dudu, estamos fritos!

Yúdice Andrade disse...

E o dilema é tão grande, meu amigo, que estou vindo à Internet pedir ajuda para tomar uma decisão! Nunca pensei que faria isso. Vê só o que essa eleiçãozinha sórdida está causando...

Anônimo disse...

Do administrador e analista judiciário Oswaldo Chaves:

Respeitar a opinião é sinônimo de democracia também, então me permita debater um pouco da tese em tela.
Votar é, além de um ato democrático, uma ação estratégica que o eleitor executa para manifestar a sua vontade ou para minimizar as mazelas que porventura aquela ou aquele candidato (que certamente não seria o seu) vier a realizar.
Então, reflito com uma frase básica na política: ou você ajuda a fazer a política possível, senão a ideal, ou você sofrerá a política imposta pelos outros (outras).
Assim, prefiro ajudar a construir uma política possível do que esperar sentado a política que tragam pronta para mim.
Um grande abraço ao meu colega de TJE.

Anônimo disse...

Tenho esse problema de consciência pesada no que se refere ao voto nulo também, querido Yúdice. Poucos são aqueles que não titubeiam ante as opções, e menor ainda é o grupo que, dentre aqueles, refletiu bastante sobre o tema antes de tomar tal decisão. A cada dois anos me prometo anular o voto, afinal, há muito não temos candidatos que nos inspirem confiança. No final, nunca anulo meu voto. É aquela conhecida voz que ecoa na cabeça, dizendo que se abster de escolher um alguém dentre as opções pode ser pior ainda. De outro lado, quantas não são as vezes em que nos empenhamos para escolher o "menos pior" ou um alguém que parece ser mais integro e comprometido, e ao fim ganha aquele que nos despertava temor pelo futuro, ou ainda já havia nos dado a certeza, em um mandato anterior, de que as coisas continuariam ruins. Quando tive que mudar meu domicilio eleitoral para São Paulo, logo pensei: "agora sim, voto nulo! Ou será que voto em branco?". Afinal, que ousadia da minha parte; "pegar o bonde andando" e ainda querer escolher quem vai ser o "motorista". No fim das contas, acabei correndo atrás de informações sobre mandatos anteriores dos candidatos e suas propostas para os próximos anos, para poder, sem qualquer peso na consciência, dar um voto válido torcendo para que viver em São Paulo também não seja "sofrer sem esperança"*.


*Contei aqui com a permissão tácita do amigo e mestre para afanar-lhe a expressão utilizada no post "Dois desabafos".

Yúdice Andrade disse...

Caro Oswaldo, tua tese sobre a "política possível" fala muito alto a minha racionalidade. Posso dizer que o teu comentário tem um alto poder de convencimento. A ser refletido.

Édissa, querida, antes de mais nada, podes afanar de mim o que bem entenderes. Já estava publicado, mesmo.
Fiquei surpreso em saber que transferiste o domicílio eleitoral. Intenções de fixação definitiva naquela cidade? Ou terá sido apenas o desejo de continuar votando?
Tua situação é interessante. Imagino como os paulistas devem odiar a idéia de ter alguém que acabou de chegar se metendo em seus assuntos. Mas isso também é democracia.
Quanto a "sofrer sem esperança" em São Paulo, sempre há grandes espetáculos teatrais, musicais e outros, para nos dar algum alento. E se isso não for possível, o sistema de saúde paulista é muito superior ao nosso.

Luiza Montenegro Duarte disse...

Professor,

Fico feliz em saber que o senhor está repensando a posição do voto nulo. Na verdade, achei suas opções da enquete bem radicais. Muito 8 ou 80. Não consegui me enquadrar em nenhuma das duas. Óbvio que é uma escolha válida, para fins de rejeição, mas no final, creio que é inócua. Sabemos que nossos políticos pouco se importam. Acredito que sempre haja alguém mais capaz, mesmo que seja só um pouquinho, mas que em 4 anos pode fazer diferença.

Sei que as opções são péssimas, mas não é possível que não dê para vislumbrar um futuro um pouquinho menos trágico com um dos dois. É lastimável, mas é o pouco que podemos fazer e eu não teria coragem de me abster.

De qualquer forma, respeito sua opção, que é seu direito e é plenamente democrática. Optei, porém, na enquete, pela alternativa da "omissão reprovável". Não que seja exatamente o que eu penso, mas é só pra registrar que eu gostaria que o senhor não votasse nulo. :)

Abraços,

Luiza

Anônimo disse...

Yudice, passei quatro longos anos me dedicando a vida a formação acadêmica e mais dois na verticalização. Por isso, não posso de maneira alguma creditar meu voto a uma pessoa que objetivando dividendo pessoal eenganar a população mais carente FALSIFICOU SEU DIPLOMA. Não que o outro candidato seja exatamente um exemplo de honestidade, mas eu não consigo votar em FALSÁRIOS...

Yúdice Andrade disse...

Na verdade, querida Luiza, o voto nulo é que implica em repensar minhas opiniões habituais. Foi quando me vi sem opções é que passei a cogitar isso mas, como disse, não me senti nada confortável.
Realmente, as opções foram muito drásticas. Até pensei em fornecer outras opções, mas imagino que isso pulverizaria os resultados. Duas alternativas era o modo mais fácil de ver quem pensa em "sim" e em "não", mesmo que a fundamentação não fosse exatamente a imaginada por cada um.
Creia-me, meu anjo, continuo tentando chegar a esse estágio de encontrar o mal menor. E, sendo sincero, essa é a tônica dos comentaristas anteriores, com os quais no fundo tenho concordado.

Eu também não consigo, das 9h29. Não consigo dar um voto que legitime toda a safadeza que já vi acontecer. No geral, entre um mal que se prenuncia, mas ainda não foi, e um mal que já é, opto pelo segundo. Foi assim que votei em outras ocasiões.

wandlobato disse...

Também fiquei neste dilema de votar ou não votar nulo. Mas já me decidi por anular meu voto. Tô até pensando em produzir uma camisa falando disso.
Ainda não decidi, mas tô pensando em algo tipo: Eleição 2008. Agora é Nulo.

Que achas?

abs

wand