terça-feira, 14 de outubro de 2008

Reação à altura?

Um menino de 9 anos furta dinheiro da própria mãe e ela, em reação, queima as duas mãos dele, nas palmas, com uma colher quente. Clicando aqui você fica sabendo maiores detalhes e vê uma foto das mãos queimadas.
Tecnicamente, estamos diante de um crime, mas o Direito está longe de responder com suficiência e precisão aos dramas de nossas vidas.
Muitos dirão que a violência praticada é inominável, porque contra o próprio filho, contra uma criança, porque a própria mãe não soube educar, porque a reação foi desproporcional, porque violência gera violência, porque a criança aprenderá que de onde deveria vir amor vem a perversidade, etc. Todavia, num mundo em que os apelos para o comportamento escandaloso e destrutivo (inclusive autodestrutivo) são tão intensos, não se pode minimizar um furto praticado por uma criança. Ou ela aprende agora a respeitar espaços e bens alheios, ou se tornará mais um desses jovens invasivos, abusivos e perniciosos.
Outros tantos darão parabéns à mãe, por deixar de lado as idealizações acerca da maternidade de lado e ensinar ao filho o que ele realmente precisa saber, para viver no mundo com honestidade. Dirão até que é melhor isso do que, mais tarde, morrer por causa da polícia ou de comparsas. Contudo, não se pode minimizar a crueldade da reação, nem as condições da vítima. Não se pode olvidar que, para educar, há muitos caminhos e, decerto, nenhum deles aviltante.
O fato é que não podemos ter uma opinião final sobre o caso com base apenas nas curtas linhas da notícia jornalística. Nada sabemos acerca do temperamento da mãe e do filho, seus antecedentes comportamentais e outros fatores relevantes. A ideia aqui não é julgar a mulher ou a criança. Mas, apenas, demonstrar como andam decadentes os mecanismos familiares de educação. Isso é preocupante por demais.
Enfim, fosse comigo, não usaria nenhum expediente violento. Mas o castigo viria a galope e seria enérgico, para ficar totalmente claro a esse menino que respeitar os outros não é favor nem está na margem do negociável.

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