sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Deixe-nos fora disso

No ping-pong diário entre os dois lastimáveis jornais da cidade, o ataque de hoje do Diário do Pará afirma que o seu concorrente, ao inventar acusações de crime eleitoral em Ananindeua, produziu um "texto fantasioso, no melhor estilo jornalismo espírita" (destaquei).
Ok, eu entendi a piadinha. Mas a considero extremamente infeliz. Afinal, estabelece uma relação entre práticas espíritas e práticas fantasiosas ou invencionices. Outrossim, dá uma carga bastante negativa ao termo, sendo de se lembrar que há muitos periódicos espíritas em circulação no país. Um desavisado poderia entender que a crítica significa que O Liberal atua do mesmo mesmo que esses jornais e que isso seria ruim.
Ou seja, com ou sem metáfora, a nota é estúpida. Matem-se, se quiserem (aliás, seria um enorme favor se o fizessem). Mas deixem os espíritas, os católicos, os evangélicos, os judeus, os budistas, os hare krishna, os afros e todos os demais segmentos religiosos cada um no seu quadrado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Triste somos nós obrigados a sujeitar nossa leitura a dois pasquims de quinta categoria. Cada um puxando a brasa para seu lado, e os dois sem nenhum isenção de animos para analisar o que acontece no Pará , no Brasil, e no mundo. Prefiro ler o Jornal Pessoal do Lúcio, esse sim isento e verdadeiro, e por esse motivo pouco difundido.
ADOLFO ALVES.

Ivan Daniel disse...

Nem digo que foi infeliz a colocação, nem que é lamentável. Infelizes já são por tanta ignorância, e não lamento por aquilo que desprezo.

Yúdice Andrade disse...

Nós não somos exatamente obrigados, Adolfo. Se fôssemos mais civilizados, poderíamos exteriorizar as nossas críticas nos próprios veículos de comunicação e em seguida boicotá-los. Quando a vendagem caísse, eles se preocupariam. Não por causa disso, apenas, mas porque a menor difusão do periódico reduziria o interesse de anunciantes.
O fato é que essas turmas precisam sentir na pele a nossa irresignação e se sentir coagidos a melhorar. Mas reconheço que afirmo algo meio utópico. Porque o leitor típico desses jornais não possui um nível de compreensão da própria cidadania que permitisse um enfrentamento desse nível.