quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A enquete sobre o voto nulo

Por uma semana, deixei aí ao lado minha enquete "Como você analisa o VOTO NULO?"
Apenas 26 pessoas votaram, tendo 19 delas (73%) escolhido a opção de que o voto nulo é também uma opção democrática, do mesmo modo que selecionar algum dos candidatos. As outras 7 (26%) criticaram o voto nulo, aqui tratado como uma omissão reprovável, porque empurra para outras pessoas o ônus de certa pessoa ter sido eleita.
O que mais me chama a atenção, nessa enquete, curiosamente não é o resultado, mas o fato de que todas as pessoas que se manifestaram, na caixinha de comentários, eram contrárias ao voto nulo e queriam esclarecer seus pontos de vista. Talvez sentissem a necessidade de convencer. Ou de me convencer. Ao passo que a turma favorável votou sem deixar registros. Por que será que ninguém desse grupo achou relevante justificar-se? Será um primeiro ensaio da postura ausente já assumida quanto às eleições? Ou seria reflexo do fato de que este pleito, o mais ordinário de que tenho memória, entorpeceu de verdade o eleitor?
Sintomático.
Ah, sim: não comemoro o resultado. Minha aversão pessoal ao voto nulo só faz aumentar.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá Primo,

Não vi a enquete e por isso não me manifestei.

Entretanto creio que sempre há tempo para este debate.

Eu sempre votei nulo por questões pessoalmente filosófica, afinal tenho a idéia de que o Estado é uma aberração criada pelos homens como forma de dominação e, ainda sim, se admitirmos a democracia e excluírmos a possibilidade de um voto nulo, estaríamos aceitando a simplória definição de que não passa de "vontade da maioria", ou seja, "ditadura da maioria", pois já vi pessoas falando que quem vota nulo não poderá cobrar depois.

Abraços

Yúdice Andrade disse...

Caro primo, pelo visto continuas altamente adepto de Bakunin!
Compreendo a crítica e inclusive a orientação teórica que a preside, mas preciso perguntar: como sustentar essa opinião no mundo em que vivemos? Como existir sem o Estado, considerado o grau de civilização (adotemos este termo, à falta de outro melhor) a que chegamos?
Gostaria de conversar sobre isso.

Anônimo disse...

Olá Primo,


Tenho a plena consciência de que um Sistema Anarquista não sirge do dia para a noite, pelo ao contrário, se constrói ao longo da história.

Não defendo uma sociedade sem Direito, mas sim sem normas postas, afinal porque achamos tão absurda a idéia quando, por exemplo, houveram e há milhares de tribos que sequer souberam o que é o Estado?

Obviamente, com a consciência contaminada pelo pensamento do imediatismo e egoísmo, é difícil imaginar uma sociedade sem regras postas.

Devemos ter clara que há diferenças entre individualismo e egoísmo.

O individualismo é uma consciência do ser como uma indivíduo, pertencente á uma sociedade, diferentemente do egoísmo que é, burramente, a consciência estritamente "en-si mesmada", sem pensamento no coletivo e, por consequência, em si mesmo, pois se fosse mais inteligente, veria que o crescimento individual se passa pelo coletivo, é só observar a natureza.

"Ela está no horizonte. Me aproximo dois passos, e ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos para trás. Por muito que eu caminhe nunca a alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para caminhar". (Fernando Birri)"

Abraços.