quarta-feira, 15 de outubro de 2008

No meio da romaria

Texto original da postagem:
Já disse que o Profissão Repórter, comandado por Caco Barcellos, à frente de uma equipe de jovens jornalistas, é hoje um dos melhores programas jornalísticos da televisão brasileira. Ontem, consegui ver mais da metade do programa, que teve o Círio de Nazaré como tema. Lá estavam o intrépido veterano e seus comandados no meio da agitação, mostrando os promesseiros, os atendimentos médicos, o sacrifício e a adoração da corda, mormente após cortada. Gostei. Jornalismo com letra maiúscula, merece os nossos elogios. Inclusive porque não é uma reportagenzinha qualquer, mas o resultado de dois meses de produção, até se chegar à gravação propriamente dita.
Naturalmente, não se trata de uma unanimidade, até porque o Círio envolve muitas paixões. Acabei de ouvir um depoimento raivoso contra o programa, de alguém que disse estar de acordo com outras pessoas com as quais conversou, sobre que a matéria destacou apenas aspectos negativos da procissão, dando a impressão de que é tudo anarquia, desorganização, fanatismo e sofrimento sem sentido. Realmente, não encaro dessa forma, mas não me surpreende que o julgamento seja assim tão duro.
Além do mais, considerando o habitual desinteresse que a mídia nacional tem pelo Círio, que sempre tem uma divulgação pífia, mormente se comparada a eventos da mesma linha (porém nunca da mesma magnitude), o Profissão Repórter de ontem mostrou que há muito a ser dito e mostrado sobre o nosso Círio.

Situação hoje, após conversar com mais algumas pessoas:
Tudo bem, eu me rendo. O programa foi ruim. Retiro o que escrevi acima, exceto que o Profissão Repórter é, de fato, um dos melhores jornalísticos exibidos no país hoje. Mas, pelo visto, o Pará tem mesmo uma vastidão de cabeças de burro enterradas em seu território.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, Yúdice, penso exatamente o contrário.

Achei que o programa teve um jornalismo amador. Acho que até o Luciano Huck faria uma matéria mais interessante que aquela.

Penso que é pressuposto elementar, em uma matéria jornalística, fazer um retrospecto, uma sinopse dos fatos, para as pessoas terem uma noção do tema. Uma vez realizado, pronto, enfoca-se os detalhes. Aquela velha máxima: do genérico para o específico.

O programa, ao contrário, não falou do Círio em si, mostrou várias partes do quebra-cabeça, deixando-as soltas, sem contexto.

Enfim, para mim, deixou muito, mas muito mesmo, a desejar.

Mas... Com certeza, essa análise tem muito subjetivismo envolvido, por isso a divergência...

Abraços!

P.S.: já notei que o voto nulo venceu na sua pesquisa... paciência, quase sempre sou voto vencido... hahahaha

Yúdice Andrade disse...

É, minha querida, já estou me convencendo de que minha opinião é que foi minoritária. Contudo, no sítio do programa, há várias manifestações bastante elogiosas de pessoas que se identificam como paraenses.

Anônimo disse...

Uma das pessoas com quem falaste e que te fizeram mudar de opinião fui eu? Espero que não! Como te disse, acho o programa muito bom e o assisto sempre que possível. Para o tempo vergonhoso que ele tem no ar, a edição foi muito bem feita, apresentando um programa ágil e objetivo.
Minhas ressalvas são que o tema nãodeveria ser o Círio, mas a corda, ou os promesseiros. Enquanto recorte, mais uma vez, o programa foi muito feliz. Outra questão: faltou apresentar a origem do Círio de Nazaré e, principalmente, da corda, vedete do programa.
E não, nada pareceu desorganizado dentro do contexto de multidão e quanto ao fanatismo, depende do ponto de vista. Quanto falta de fanatismo quando a crença depende do elemento material?
Me emocionei em vários momentos do programa e parabenizo Caco Barcelos e seus colaboradores.
P.S.: Ei, Gloro, te manca. Tira essas imundícies de Cassetas e Toma lá do ar e deixa o Caco trabalhar!!!