quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Pedagogia do tapa

Se segurar uma criança de 5 anos para que ela, indefesa, receba tapas na cara de outras crianças já é um fato muito grave, imagine se isso ocorrer dentro de uma sala de aula, por iniciativa da professora.
Naturalmente, não estou inventando. O caso teria ocorrido ontem, em Ceilândia, Distrito Federal.
Já dispensada da escola, mas protegida pelo princípio constitucional do estado de inocência, a professora nega veementemente a acusação. Claro. O problema é a quantidade de crianças contando espontaneamente o episódio, o que levou os pais delas a procurarem os pais da vítima. Somente assim eles tomaram conhecimento, já que a suposta vítima calou-se a respeito. Humilhação é humilhação, não importa a idade.
São tantos acontecimentos esdrúxulos, diários, que a cabeça gira e a visão turva. De repente, num delírio quase lisérgico, vejo uma criança, filho de Dado Dolabella, adotado pelo casal Nardoni, estudando na classe dessa professora. Depois ele cresce, agride a tapas uma doméstica por confundi-la com uma prostituta e acaba mantendo a namorada em cárcere privado por dias. Devido a sua condição econômica privilegiada, consegue um habeas corpus e, em liberdade, escolherá o feito pelo qual será lembrado pela História: queimar um índio vivo num ponto de ônibus, supondo-o um mendigo, ou metralhar um monte de pessoas dentro de um cinema, vendo um filme da Xuxa.
Cara, acho que não estou bem. Por hoje, chega.

3 comentários:

Carlos Barretto  disse...

Rssss...

Yúdice Andrade disse...

Estás rindo do meu delírio, Bar? Eu entendo. Só rindo, mesmo...

Carlos Barretto  disse...

Acho eles ótimos, amigo. Esta sua característica muito particular de escrever, é ótima. É um dos motivos de minha grande admiração por vc.

Abs