Estamos completando 35 anos da primeira reunião internacional — ou global, como queiram — para discutir especificamente o meio ambiente, numa perspectiva de conservação do planeta para as futuras gerações — perspectiva de futuro essa que constitui uma das bases do conceito de desenvolvimento sustentável. Foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, havida em Estocolmo, de 5 a 16 de junho de 1972. Dela se originou o famoso Relatório Bruntland, publicado com o título Nosso futuro comum, traçando um diagnóstico dos problemas ambientais da época e desenhando o cenário do porvir, para que soluções fossem encontradas numa perspectiva de solidariedade internacional.
Décadas se passaram e falar de meio ambiente ainda era considerado, pela maioria, coisa de românticos, de idiotas, de edênicos e, principalmente, de esquerdistas avessos ao desenvolvimento. Muitos movimentos ecologistas ajudaram a disseminar esses preconceitos, fazendo surgir as ideias de "ecochatos" e "ecoterroristas".
Todavia, contra fatos não há argumentos e o problemática ambiental foi se disseminando e se tornando oficial. Daí que a ONU realizou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), ou Rio 92, Eco 92 ou ainda "Cúpula da Terra", entre os dias 3 e 14 de junho daquele ano, para discutir o que se tinha avançado, quais os novos problemas e intensificar medidas mitigadoras, além de conquistar o apoio de um maior número de governos.
Depois disso, ainda aconteceram a Rio + 5 e a Rio + 10, além de terem surgido instrumentos de Dreito Internacional da maior significação, tais como o Protocolo de Kyoto, destinado a conter a emissão de poluentes na atmosfera a níveis ideais até 2012.
O fato é que hoje nenhum político se elege sem colocar na sua pauta o tema do meio ambiente. Ou pelo menos não deveria, pois não se pode mais postergar nenhuma medida de conservação do planeta que, sem nenhum favor ou dramaticidade, implica em conservação da própria humanidade. Até o nefasto George W. Bush, ferrenho opositor do Protocolo de Kyoto, sobo ostensivo argumento de que afetaria a economia americana, já começou a capitular e agora quer ser o líder dos países mais poluidores, a comandar as discussões sobre o instrumento que, após 2012, substituirá o protocolo em questão.
Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Ainda que vejamos a degradação por toda parte, a começar por nossas cidades, onde o lixo fica pelas ruas e o esgoto é despejado diretamente na natureza, temos a comemorar um aumento inegável da consciência ambiental. Que precisa ser urgentemente disseminado, para chegar à ampla maioria do empresariado brasileiro — burro, estupidamente imediatista —, que deseja lucros hoje, mesmo ao custo do esgotamento dos mesmos recursos naturais que hoje fazem a sua fortuna.
Uns dois ou três passos foram dados. Agora, com o aquecimento global nos atormentando todo santo dia, quem sabe possamos apressar o ritmo. Tomara.
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