segunda-feira, 4 de junho de 2007

Soneto político

A DANÇA DOS PARTIDOS


Os dous estragadíssimos partidos
Ocupam a seu turno a governança;
E nós imos vivendo da esperança
De ver os nossos males combatidos.


Os quinhões são de novo repartidos,
Toda vez que se dá qualquer mudança,
Se aquele outrora encheu, este enche a pança
E os clamores do povo são latidos.


Se as velhas leis têm sido violadas,
Estando nossas crenças abaladas,
Novas leis não darão melhores normas.


Palavras eu não sei se adubam sopa,
Mas a fala do trono é que não poupa
Reformas e reformas e reformas.

Gostou do poema? Acha que ele foi escrito por conta da polarização PT/PSDB? Pois saiba que seu autor é o padre-mestre José Joaquim Correia de Almeida, escritor, polemista, professor e músico, considerado um dos maiores autores satíricos brasileiros do século XIX. Sua intenção, nesse soneto, era criticar o parlamentarismo, na época do Império.
Parece que o Brasil sempre foi do jeito que foi. E sempre será?

4 comentários:

Anônimo disse...

Yúdice, meu comentário não tem nada a ver com seu post, mas é necessário: quando a prefeitura de Belém vai começar, de fato, as obras de construção do Pórtico Metrópole, pomposo nome da sofisticada passarela com elevadores e escadas rolantes que será construída em frente ao Castanheira???

A placa está há mais de um ano em frente ao shopping e, até agora, nada de passarela. Passo por ali todos os dias e sinto na pele o transtorno do engarrafamento.

Como diz o jornalístico matinal da TV Record: "Assim não dá".

Carlos Barretto  disse...

Ei, Yúdice.
Corre agora mesmo no blog da cris.
Tem coisa pra gente falar.
Abs

morenocris disse...

Caramba...!!!!!!!

Beijos.

Yúdice Andrade disse...

Saudando a todos, mas respondendo ao Adelino, só posso dizer que eu não sei e duvido que alguém saiba, inclusive o próprio sedizente prefeito.
Note-se que o empreendimento era grandioso, para a modéstia desta cidadezinha. Uma passarela de grandes proporções, com escadas rolantes, custaria muito caro, por isso desde o primeiro momento se falou com obter parcerias com a iniciativa privada. Claro que percebemos, de cara, que não daria certo.
O grande erro, penso, foi colocar uma placa de obra, pois isso sugere que o empreendimento está prestes a começar. Na verdade, tinha-se apenas um projeto ou talvez nem isso, só uma famigerada maquete eletrônica (outra herança dos governos tucanos, que o crápula conservou). Não existe placa de vontade, certo? Pelo menos, não deveria existir.
Esqueça o pórtico. Ele é só mais um delírio.