(Foto: Valéria Gonçalvez/Agência Estado)
Ofensas morais, cuspidas, cabelos queimados, socos na cabeça e pescoço, chutes na cabeça com perda de dentes e agora a ponta de um dedo decepada. São diárias, literalmente diárias, as notícias de violência perpetrada por crianças e adolescentes contra professores. Basta ver as datas das reportagens citadas. E os agressores nem são punidos ou são transferidos por simples conveniência, dadas as pequenas proporções das agressões.
Está muito difícil a vida dos professores da rede pública, que lidam com jovens, pelo país afora. Não bastasse o trabalho tão excessivo quanto irrisória a remuneração, a falta de condições de trabalho, a falta de reconhecimento profissional e verdadeiro menosprezo pela docência, a falência do sistema educacional, a letargia dos estudantes e muitas outras chagas, ainda precisam defrontar-se com a violência em seu sentido mais direto. É revoltante. O cenário de escolas convertidas no mais absoluto caos saiu das telas de cinema e TV há tempos, para ser a duríssima realidade cotidiana de gente que se esforça por construir os cidadãos deste país.
Os jovens estão cada vez mais propensos a responder com violência a qualquer situação que lhes desagrade. E o pior é que, para os seus atos, inexiste resposta à altura. Nem das famílias, nem dos colegas, nem da própria escola, muito menos das autoridades públicas. Mesmo diante de tamanho descalabro, ainda há quem prefira sustentar as teorias estúpidas que fazem desses delinquentes meros jovens necessitados de atenção, que não podem ser molestados, para não sofrer traumas.
Eu me pergunto: esperaremos um aluno matar um professor para tomar alguma atitude? Ou inutilizá-lo? Apelo ao menos para as mulheres, que representam, como se pode constatar, as principais prejudicadas por esse excesso de insanidade, certamente porque consideradas mais frágeis pelos sociopatas que as violentam.
Será esse mais um exemplo do que deixamos para depois? Depois do pior?
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