quarta-feira, 20 de junho de 2007

Vinagre azedo

Dentre as milhares de coisas irritantes que existem em Belém, cito o fato de certas situações nunca se resolverem. Chegando ao trabalho, esta manhã, atravessei uma confusão na Almirante Barroso, ao lado do elevado. Deduzi na hora do que se tratava: a enésima ocupação do Residencial Antônio Vinagre.
Vamos recapitular, embora já faça tanto tempo que eu não me lembro mais com tantos detalhes.
O então prefeito Edmilson Rodrigues desapropriou imóveis na área conhecida como "Bandeira Branca", a fim de desenvolver um dos projetos de habitação de seu governo — área que foi um fiasco em seu governo, como se pode constatar pela problemática e constrangedora cooperativa ComTeto e pelo Residencial FelizCidade, que de feliz não tem nem esse nome infame e muito menos a sua aparência tétrica, ali na Augusto Montenegro, próximo ao Mangueirão.
A área da "Bandeira Branca" foi usada para construir os famosos blocos de apertamentos, transformando-se no Residencial Antônio Vinagre. Todavia, bem antes do fim do mandato de Edmilson, as obras pararam. Acabou o dinheiro, a vontade ou alguma outra coisa, mas o fato é que os prédios estão lá, intérminos e não entregues a seus destinatários. Mas têm paredes e teto, o que significa que são mais do que suficientes para os sem teto espicharem seus olhos.
Já perdi a conta das vezes que o residencial foi ocupado. Às 5 da madrugada de hoje, foi a enésima vez. Felizmente, até hoje as ocupações foram revertidas, evitando que o patrimônio público virasse mais uma favela. Se bem que patrimônio público inútil e abandonado também não é motivo de alegria.
11 pessoas foram presas e houve confronto. Por isso passei receoso de acabar apedrejado, mas às 8 da manhã os ânimos já haviam arrefecido. Agora a Guarda Municipal vai passar uns dias vigiando, depois vai embora e qualquer hora o prédio será novamente dominado, até o momento em que não mais será recuperado. Afinal, com a prefeitura que aí está, não existe a menor possibilidade de concluir uma obra do governo anterior.
Certas horas, Belém é uma lástima.

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