Hipnose em investigação criminal

Quando, em minhas aulas, explico o conceito de violência imprópria, um dos exemplos sempre citados é o da hipnose. Alguns alunos até riem, talvez achando tratar-se de algo fantasioso, coisa de novela ou filme. Longe disso. Hipnose é coisa séria e a polícia do Paraná acaba de dar uma demonstração de sua confiabilidade, ao decidir utilizá-la em uma investigação criminal.
Trata-se do caso de Karla Ponfrecki Guedes, que teve a filha de apenas um mês arrancada de seus braços anteontem (30), no Município paranaense de Colombo. O crime ocorreu quando ela passeava com o bebê pela rua e foi abordada por um desconhecido, que desceu de um automóvel onde estava um casal. Ele simplesmente tomou a criança e fugiu. A hipótese mais provável é a de que o delito teria sido perpetrado para propiciar uma adoção ilegal.
A hipnose, nesse caso, seria usada para que Karla se lembrasse da placa do veículo. Sabemos que as informações conscientes são apenas uma fração do total de informações assimiladas pelo cérebro, que recolhe a maior parte delas em setores mais recônditos. Portanto, se Karla viu a placa, ela provavelmente conhece o dado e só precisa encontrá-lo nos meandros da mente.
Espero que dê certo e que a família, Deus ajude, tenha o seu bebê de volta o mais rápido possível.
E que esses canalhas que querem ter filhos a todo custo recebam o que merecem. Se forem enquadrados em subtração de incapazes (art. 249 do Código Penal), é pouco: detenção, de 2 meses a 2 anos.

Acréscimo em 19.9.2011
A despeito de toda a indignação do momento, a verdade é que Karla Ponfrecki Guedes matou acidentalmente a própria filha, deixando-a cair enquanto a amamentava. Segundo confessou à polícia, ficou com medo e jogou a menina numa valeta. Que lástima. O fato foi objeto de uma postagem posterior.
Quanto ao valor da hipnose, sustento o que disse, para o dia em que o caso seja verdadeiro.