terça-feira, 19 de junho de 2007

A temperança


Um anjo com rosto feminino derrama o conteúdo de um vaso em outro. O personagem é visto de frente, com o rosto ligeiramente inclinado para a esquerda e para baixo, e o tronco voltado na mesma posição.
Sua vestimenta tem várias cores: azul, de cada lado do corpete, e na metade esquerda da saia; vermelho, nas mangas e na outra parte da saia. As asas são azuis (ou cor de pele, na edição Grimaud). Os pés permanecem ocultos pelas pregas da saia.
A flor no topo da cabeça, o botão amarelo no meio do peito (ou um panejamento dourado, em outras versões), salientam chacras ativos do personagem.
Três linhas onduladas unem os vasos que o anjo segura; o líquido derramado pode representar as energias em transmutação.
Na edição Camoin, a barra do vestido, em amarelo, representaria serpentes entrelaçadas, sob controle do anjo, aos seus pés. Ou seja, representa seu vínculo com a circulação das energias em diferentes níveis de manifestação.

Significados simbólicos
A alquimia, a transmutação dos elementos. Renovação da vida, influência celeste, circulação, adaptação. Serenidade. Harmonia. Equilíbrio.

Temperança para nós.

5 comentários:

Aldrin Leal disse...

O pequeno incompreendido dentro de mim mandou avisar que "Art", a carta equivalente no Book of Thoth, ainda é mais bonita.

Mas Raider-Waite é Raider-Waite. Eu sou fã do Crowley. :)

p/S: Escrevi outro dia sobre "O Homem Enforcado". Acho que vale a pena ler.

Anônimo disse...

Fã de tarô, Yúdice? Sugiro que leias "Arcano 17", do André Breton, e "O Castelo dos Destinos Cruzados", do Italo Calvino. Ambos partem das cartas de tarô para, no caso do primeiro, panfletar apaixonadamente, e no segundo, contar belas histórias. Vale muito a pena.

Anônimo disse...

vc declarou na caixa de comentários abaixo não ser grande fã de tarô, mas veja só como a carta da temperança lhe rendeu boas indicações: crowley, breton e calvino, só maravilhas. agradeço pelo seu "mea culpa". e aproveito para lhe chamar atenção a um detalhe: pessoas com opiniões políticas divergentes - como eu e aldrin, que estávamos em pólos opostos no post sobre políticas afirmativas - podem concordar em outras coisas. também acho o tarô de crowley imbatível.

Yúdice Andrade disse...

A todos os comentaristas desta postagem, um esclarecimento: a bem da verdade, sou avesso a tudo que é misticismo, magia e congêneres. Tenho horror à astrologia. Quanto ao tarô, tenho uma simpatia, mas apenas enquanto elemento cultural, histórico, artístico.
Por isso, não conheço nenhum desses caras ou obras que vocês citaram. Mas respeitosamente os incluirei em minha lista de livros para examinar se vale a pena. Agradeço pelas indicações.
Anônimo, eu não sou tão mal assim. Até meus alunos já perceberam isso.

Aldrin Leal disse...

Ja que o assunto são... esoterismo. Eu tenho um certo pavor a este termo.

Bem, admiro o tarô como sendo uma forma de arte contemporânea.

[ Sai o o Pragmata, entra o Antropos ]

"Yungianamente" falando, dizem que tem uma capacidade interessante de sugerir interpretaçöes, e só.